Mais desempregados e menos percentagem

Os números de Junho do INE sobre desemprego conseguem praticamente fazer a quadratura do círculo: indicam haver mais cerca de 200 mil desempregados do que quando o Governo tomou posse, mas situam a taxa de desemprego no nível mais baixo deste período: 12,4%.

Claro que uma coisa não dá com a outra. O JN, por exemplo, optou por destacar o número maior de desempregados. O ministro da Segurança Social, Mota Soares, por sua vez, mostrou-se muito contentinho com a percentagem, realçando-a como prova de boa actuação do Executivo.

Claro que eu posso dizer que a minha distância relativamente a esta coligação governamental aumenta com a sua satisfação relativamente ao desempenho considerado mau mesmo por grandes aliados (como a troika). Não sei se por querer ir além do que a troika impunha, ou apenas por as receitas da troika serem más (o que parece confirmar-se pelo sucedido noutros países, e por exemplos da História, como o da Grande Depressão), a verdade é que a própria troika se mostrou insatisfeita e perplexa com alguns resultados da política da equipa de Passos Coelho, designadamente, e concretamente, no que diz respeito ao desemprego.

Seja como for, segundo o Expresso, o Governo está ‘furioso’ com o INE por causa da divulgação destes dados. Talvez Mota Soares seja um caso perdido de distracção, e não os tenha entendido.