Paz ‘em risco’ no mar do Sul da China

As reivindicações territoriais no mar do Sul da China “poderão por em risco a paz” nesta região, declararam hoje os ministros dos Negócios Estrangeiros do sudeste asiático na conclusão da sua cimeira, onde foi analisada a política de Pequim.

"Tomámos nota das preocupações sérias expressas por alguns ministros sobre as reivindicações territoriais no mar do Sul da China, que debilitaram a confiança e que poderão por em risco a paz, a segurança e a estabilidade", refere a declaração comum dos chefes da diplomacia da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

"Analisámos amplamente as questões relacionadas com o mar do Sul da China e estamos seriamente preocupados com os desenvolvimentos recentes e futuros nesta região", adianta a declaração que a agência France Presse obteve no final da cimeira em Kuala Lumpur.

A cimeira, que contou com a presença dos Estados Unidos, analisou a política do governo chinês, acusado de construir aterros no mar do Sul da China, transformando recifes de corais em portos e infraestruturas diversas, para ganhar terreno ao mar e alargar a sua soberania.

Segundo Washington, a China conquistou 800 hectares ao mar nos últimos 18 meses.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, criticou na quarta-feira num encontro com o seu homólogo chinês, Wang Li, a "militarização" em que Pequim se envolveu no mar do Sul da China, na origem do aumento da tensão com os seus vizinhos do sudeste asiático.

As Filipinas e o Vietname insistiram na utilização de um tom firme em relação à China na declaração comum, indicaram fontes diplomáticas. Os aliados próximos de Pequim (Camboja, Birmânia e Laos) preferiram mostrar-se mais conciliatórios, segundo a AFP.

Lusa/SOL