Cometa Tchouri e sonda Rosetta atingem ponto mais perto de sempre do Sol

O cometa “Tchouri”, onde se encontra a sonda europeia Rosetta, atingirá na quinta-feira o ponto de órbita mais próximo do sol, permitindo uma nova etapa na procura das origens da vida na Terra.

Os cientistas esperam recolher partículas orgânicas deixadas pela formação do sistema solar e presas durante 4.600 milhões de anos no gelo deste cometa.

Os cometas são pequenos corpos do sistema solar constituídos por um núcleo de gelo, materiais orgânicos e pedras, cercado de poeiras e gás.

Ao aproximarem-se do sol, as camadas de gelo interiores de um cometa transformam-se em vapor, provocando tempestades de gás e poeira e projetando partículas.

E se o cometa 67P / Churyumov-Gerasimenko, batizado de Tchouri, passar por esta alteração, a sonda Rosetta a orbitar nas suas proximidades está pronta para registar quaisquer pistas sobre como o sistema solar foi formado.

"Este é o momento de maior ação", disse à agência noticiosa France Presse o conselheiro científico da Agência Espacial Europeia (ESA), Mark McCaughrean, acrescentando que o momento oferece "a maior oportunidade para recolher material para analisar, quando se procura espécies raras de moléculas", especialmente [componentes] orgânicos.

"Queremos olhar para o material mais puro que poderá ser expelido" pelo interior da camada de pó de gelo, retirada da superfície, acrescentou.

A sonda Rosetta, lançada em março de 2004, e a orbitar o cometa 67/P desde o ano passado, atingirá o seu ponto mais próximo do Sol ou periélio- cerca de 186 milhões de quilómetros — por volta das 02:00 TMG (03:00 em Lisboa) na quinta-feira, antes de embarcar em mais uma órbita oval que durará 6,5 anos. 

Lusa/SOL