É sempre preciso um juiz justiceiro para contestar políticos eleitos nos tempos que correm: desde Clinton a Dilma, passando por Passos (claro que em Portugal os magistrados não se atrevem com políticos no Poder) e Sócrates. Às vezes não conseguem deitar ninguém abaixo (veja-se Passos), mas impedem o governo praticamente de governar.
O curioso no Brasil é que dantes surgia como normal algum slogan deste tipo: ‘eu roubo mas faço’. No entanto, depois de Lula e Dilma, os brasileiros, com melhor distribuição de riqueza e a viverem melhor dispõe-se a deitar fora esta vida melhor (sem saberem, são muito manipulados por outros ladrões corruptos que querem sentar-se melhor à mesa do Poder).
Pessoalmente, gosto de ver um País erguer-se contra a corrupção. Gosto ainda mais, quando esse país sempre tinha aceitado antes a corrupção dos políticos sem se incomodar. Não me atrevo a dar por seguro o fim de Dilma, por ter presente o exemplo de Passos. Não me passa pela cabeça varrer apenas como antidemocráticos os protestos contra Dilma, porque entendo uma Democracia não apenas com Sociedade Política, mas também com Sociedade Civil.
Temo é que o Poder brasileiro pós PT venha a ser muito pior, mesmo em corrupção. Tanto mais que, a acreditar no livro do historiador brasileiro Laurentino Reis, a República naquele pais (declarada em 1889), feita a favor da corrupção e contra a lisura do imperador, demorou mais de 100 anos a democratizar-se.