Em comunicado, o clube de Alvalade diz que “não se pronuncia sobre a autenticidade dos ‘documentos’ que circulam na internet” e que vai entregar o caso à Polícia. “Porque os referidos documentos conterão assinaturas de Administradores e/ou funcionários do Clube, o assunto será esta tarde entregue às autoridades policiais para investigação”.
O novo site assume-me como um “projecto que visa divulgar a parte oculta do futebol”, pois considera que este desporto “está podre e é altura de dizer basta”. Com a promessa de “divulgar durante os próximos meses diverso material”, o Football Leaks aponta a mira a “fundos, comissões, negociatas” e a “tudo o que serve para enriquecer certos parasitas que se aproveitam do futebol, sugando totalmente clubes e jogadores”.
Nas primeiras revelações, porém, o novo site só publica contratos relacionados com dois clubes em conflito com um fundo, mais concretamente com a Doyen – grupo com o qual o Sporting mantém um diferendo em tribunal devido à transferência de Marcos Rojo para o Manchester United. O outro clube que vê um contrato seu com um atleta exposto no Football Leaks é o brasileiro Santos, cujo presidente Modesto Roma também questionou a legalidade dos contratos feitos entre os seus antecessores e o fundo liderado pelo português Nélio Lucas.
No caso de Danilo, além das propostas apresentadas pelo Sporting para a contratação do jogador, também o contrato que o acabou por o levar do Marítimo para o FC Porto é exposto. Revela-se que o jogador não foi diretamente vendido pelos insulares ao vice-campeão nacional, mas sim à SAD do Portimonense, cujo principal acionista, Teodoro Fonseca, já era detentor de 30% do passe do atleta.
O mesmo contrato refere ainda que o FC Porto se comprometeu “no prazo máximo de três dias” a obter junto do Clube Atlético Mineiro, “uma declaração de renúncia integral dos montantes decorrentes da decisão proferida pelo TAS” (Tribunal Arbitral de Desporto) no processo em que os insulares enfrentaram o clube brasileiro devido ao jogador Kléber, em 2013.
Pormenores que ajudam a explicar a recente troca de palavras entre o presidente do Sporting e o seu homólogo do Marítimo. “Demorou 48 horas a fazer um contrato por 4,5 milhões de euros, fechámos o acordo com o jogador em 48 horas e pelo que é público o negócio foi feito por 3,8 milhões de euros para o FC Porto”, acusou Bruno de Carvalho, insinuando ironicamente que o Marítimo havia aceitado uma proposta inferior do FC Porto.
Outra revelação do novo site é a ligação do Sporting ao angolano Clube Recreativo de Caála, que esteve envolvido na transferência do brasileiro Bruno Paulista e na tentativa de contratação do argentino Franco Cervi. Os documentos divulgados mostram que foi o clube angolano a adquirir em definitivo o jovem jogador brasileiro, comprometendo-se no mesmo contrato a cedê-lo “temporariamente ao Sporting SAD por período não inferior a 30 de Junho de 2016”.
O contrato de Jorge Jesus com o Sporting – reproduzido na íntegra, incluindo número de cartão do cidadão e a morada particular do treinador –, o princípio de acordo entre Sporting e Fulham pelo grego Mitroglou – actual jogador do Benfica – e ainda a tentativa dos ‘leões’ em desviar Cervi ao rival da Luz – já revelada há semanas – são outros dos exemplos da estreia do Football Leaks.
