Portugueses recorrem a crédito para despesas de saúde e educação

Número de novos empréstimos para saúde e educação quase triplicou em 12 meses.

Os dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP) revelam que a concessão de crédito ao consumo abrandou no mês de agosto face a julho, mas o número de operações e o montante concedido continuam acima do ano passado.

Os números de agosto poderão significar que os bancos travaram o empréstimo de dinheiro em agosto ou indiciar uma menor procura por parte dos portugueses, que tradicionalmente escolhem esse mês para ir de férias.

No entanto, há uma exceção: o número de contratos com a finalidade saúde, educação, energias renováveis e aluguer de equipamentos foi o único segmento a aumentar, 20% face a julho.

E se os dados forem comparados com agosto do ano passado, o número de créditos para esta finalidade cresceu 2,7 vezes.

Em agosto de 2014 tinham sido aprovados 125 novos empréstimos para saúde e educação. No mesmo mês deste ano, os bancos deram o ‘ok’ a 340 operações desta natureza, mais 172%.

No total, o montante contratado disparou para 2,6 milhões de euros, o que equivale a uma média de 2.500 euros por cada novo contrato.

Este valor mostra que está a aumentar o número de portugueses que, perante crescentes dificuldades económicas, recorre ao endividamento para pagar despesas de saúde e educação – consideradas primárias.

Os outros tipos de crédito – como o automóvel, os cartões e linhas de crédito e facilidades de descoberto – recuaram em julho. Ainda assim, o número de operações e os valores envolvidos continuam superiores aos de agosto de 2014.

sandra.a.simoes@sol.pt