“Não posso enviar-te esta carta, pois não sei sequer o teu nome. Sei apenas que foste acusado de agressão sexual agravada e ataque de natureza violenta prolongado. E tenho apenas uma questão”.
“Quando foste apanhado pelas câmaras de segurança a perseguir-me no meu bairro, quando esperaste que eu chegasse à minha rua para me abordar, quando me tapaste a cara com a mão fazendo com que eu não conseguisse respirar, quando me obrigaste a ficar deitada no chão com a cara a sangrar, quando lutei para tentar gritar”.
“Quando me puxaste o cabelo, quando tentaste esmagar a minha cabeça contra o passeio e disseste para eu parar de gritar, quando a minha vizinha te viu, começou a gritar e tu olhaste para ela e continuaste a bater-me!”
“Quando partiste o meu soutien ao meio com a força com que estavas a apertar os meus seios, quando não conseguiste chegar à minha mala porque o teu interesse era o meu corpo, quando não conseguiste o que querias porque a minha família e vizinhos vieram todos para a rua e os viste… Alguma vez pensaste nas pessoas que fazem parte da tua vida?”
“A minha vizinhança não se vai sentir insegura ao voltar para casa à noite. Vamos apanhar o último metro para casa e vamos andar sozinhos na rua, porque não vamos meter na cabeça que estamos em perigo ao fazê-lo (…) Subestimaste a minha comunidade. Ou devo dizer a tua? Eu podia dizer ‘Imagina que era alguém da tua comunidade’, mas em vez disso, deixa-me dizer o seguinte. Não existem barreiras entre as comunidades; Só existem excepções e tu és uma delas”.
Foi esta a carta divulgada por Ione Wells, no passado mês de Abril. Segundo vários meios de comunicação britânicos, o agressor, cujo nome não foi revelado, foi condenado a dois anos de prisão.