Histórias de murros. Rajoy em Pontevedra, Mário Soares na Marinha Grande

Mário Soares foi agredido em 1986. Em 2005, foi por pouco que o mesmo não aconteceu.  

As agressões em plena acção de campanha eleitoral não são novidade para Portugal. 

Corria o ano de 1986 quando Mário Soares disputava a passagem à segunda volta, tinha a concorrência de outros candidatos de esquerda, Salgado Zenha e Maria de Lurdes Pintassilgo. Nesse dia, 14 de Janeiro, Mário Soares passeava pelas ruas da Marinha Grande, bastião histórico do PCP, quando um indivíduo o insultou e tentou agredi-lo com uma chapada. Apesar do incidente, a campanha prosseguiu. Esse incidente amplamente explorado nos tempos de antena do candidato, pode ter contribuído para ter vencido Zenha, candidato apoiado por Eanes e o PCP, por poucos votos. Mário Soares veio a ganhar a segunda volta contra Freitas do Amaral, candidato apoiado pelo PSD e CDS.

Anos mais tarde, em 2005, o ex-presidente da República voltou a estar envolvido numa situação semelhante. Mário Soares cumprimentava alguns apoiantes em Barcelos quando foi abordado por um ex-combatente do Ultramar. “Oh vigarista! Vai assaltar o Banco de Portugal para dar dinheiro aos turras para matarem portugueses”, gritava na altura, exaltado, o indivíduo. E, depois dos insultos, o homem tentou mesmo agredir Mário Soares e por pouco não conseguiu alcançar o seu objectivo. A tentativa de agressão foi desvalorizada, na altura, pelo ex-presidente da República, que não quis apresentar queixa. 

Resta saber se a agressão de quarta-feira vale os mesmos votos em Espanha.