O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) fez mais uma detenção no âmbito da Operação Bouquet, elevando para quase 80 o número de membros de uma das maiores redes de tráfico de imigrantes detidos na Europa.
A última baixa deste grupo ocorreu esta semana. “O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deteve, no aeroporto de Lisboa, um cidadão estrangeiro suspeito de pertencer a um grupo criminoso que transportava, a troco de elevadas quantias monetárias, imigrantes ilegais entre vários países europeus”, divulgou o SEF.
O homem, paquistanês, tinha partido da Turquia rumo a Lisboa, com passagem pela capital da Turquia, Istambul. Mas já estava debaixo dos radares dos inspetores do SEF há vários meses. O homem tinha viajado para o Paquistão em setembro do ano passado, a seguir a detenções feitas no âmbito da Operação Bouquet em Portugal e em França.
Foi nessa altura que as autoridades portuguesas fizeram a maior parte das detenções: até ao final da primeira semana de outubro, mais de 75 pessoas foram detidas.
Presente ao juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa no início da semana, o suspeito ficou em prisão preventiva – juntando-se a outros dois detidos anteriormente e aos quais foi aplicada a medida de coação mais gravosa.
Investigação internacional Ao longo dos últimos anos, os inspetores do SEF têm trabalhado de perto com congéneres de outros países europeus.
A investigação no âmbito da Operação Bouquet começou há dois anos, sob coordenação do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, em coordenação com as autoridades francesas (e, em alguns casos, italianas), sob égide da Eurojust – um organismo da UniãoEuropeia para o combate à criminalidade transfronteiriça – e contando com o apoio da Europol.
Em causa está uma rede que se dedica ao transporte de imigrantes ilegais provenientes dos países que compõem a península Indostânica (Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Maldivas, Butão e Nepal).
Chegados à Europa, esses imigrantes ilegais circulam entre os diversos países, procurando legalizar-se dentro do espaço Schengen, “recorrendo, para tal, a documentação falsa ou obtida fraudulentamente”.
OSEF refere que “as viagens se faziam por via terrestre, em carros ligeiros e em monovolumes, tendo como origem e destino vários países europeus”.