Dentre as peças à venda na Feira, o responsável destaca o conjunto de 51 desenhos inéditos de Domingos Sequeira apresentados pelos antiquários Álvaro Roquette e Pedro de Aguiar-Branco. «É uma coisa especial, daquelas que não aparecem todos os dias». O álbum nunca tinha sido apresentado ao público e está à venda por 230 mil euros.
Manuel Castilho chama também a atenção para a participação de duas galerias internacionais. Uma, a Guilhem Montagut, «é uma galeria baseada em Barcelona, que vai apresentar arte tribal africana, achados arqueológicos e peças orientais». A outra é a Galerie Mendes – de Philippe Esteves Mendes, um português radicado em Paris – «uma galeria de pintura europeia, que há meses comprou um quadro da Josefa d’Óbidos para oferecer ao Louvre».
Para Manuel Castilho, a feira da Cordoaria constitui «uma oportunidade para vermos o que os feirantes têm e para os compradores verem o que há no mercado. Numa só visita conseguem encontrar todos os melhores antiquários em Lisboa».
Existe porém um aspeto que está a preocupar o presidente da APA – a nova Lei da Contrastaria, que considera «injusta e brutal». «Esta lei torna ilegal» , diz o responsável, toda a ourivesaria anterior a 1882, ano em que foram criadas as contrastarias. «Vender uma peça que não esteja marcada é um delito que pode ser punido com uma multa até 200 mil euros», revela.
Promulgado em Agosto de 2015, o Regime Jurídico da Ouriversaria foi «elaborado em resposta aos problemas causados pela proliferação de casas de compra e venda de ouro e metais preciosos». Na opinião de Manuel Castilho, afeta os ourives e «penaliza a competitividade dos antiquários portugueses em relação aos colegas internacionais».