Durante mais de 36 horas, a equipa de Donald Trump não só desmentiu sempre a possibilidade de Melania Trump ter plagiado partes do discurso que Michelle Obama proferiu em 2008 como ainda desvalorizava o tema como um “não assunto”. Até que ontem chegou o reconhecimento formal do que já todos sabiam: “Foi um erro meu e sinto-me terrivelmente pelo caos que causei a Melania e aos Trump, assim como à sra. Obama.”
Meredith McIver apresentou–se como redatora de discursos da equipa de Trump mas, poucas horas depois, os meios de comunicação norte-americanos já a identificavam como a escritora-sombra de três dos livros assinados pelo magnata – o “New York Times” avançava que foi ela a autora de “Pensa Como Um Bilionário”. Foi ela que revelou como foi possível Melania afirmar querer que os filhos “saibam que o único limite das suas conquistas é a força dos seus sonhos” precisamente oito anos depois de Michelle ter dito o mesmo no discurso com que apresentou o marido como candidato do Partido Democrata – exemplo retirado de pelo menos três frases exatamente iguais.
“Ao telefone, ela leu-me passagens do discurso de Michelle Obama como exemplos. Eu escrevi-os e mais tarde incluí algumas das frases no rascunho final que viria a tornar-se o discurso. Não verifiquei o discurso de Michelle Obama”, explicou a antiga bailarina, que terá apresentado a demissão ao chefe da campanha – intenção essa que foi rejeitada pelo homem que já perdeu o seu diretor de campanha e ainda nem começou a campanha oficial das presidenciais. “Trump disse-me que as pessoas fazem erros inocentes e que crescem e aprendem com essas experiências. Peço desculpa pela confusão e pela histeria. Hoje, mais do que nunca, estou orgulhosa por trabalhar para esta família.”
Antes, já Trump reafirmara que o discurso “foi eficaz” e criticou toda a cobertura que os meios de comunicação fizeram do eventual plágio. No Twitter, fê-lo ao mesmo tempo que aproveitou para atacar a rival: “Os media passaram mais tempo na análise forense do discurso de Melania do que o FBI na investigação aos mails de Clinton.”