Os JogosOlímpicos(JO) são sempre eventos para estreias. Ontem foi a vez do golfe que, 112 anos depois, regressou ao maior evento desportivo do mundo para ser jogado noCampoOlímpico de Golfe – o torneio masculino será disputado até ao próximo domingo e o feminino só começa no próximo fim de semana, entre 18 e 21 de agosto.
Depois dos Jogos, a zona escolhida na Barra da Tijuca para disputar este torneio será transformada no primeiro campo público de golfe de padrão internacional doBrasil, apesar das várias críticas de ambientalistas – os 18 buracos estão numa área de proteção ambiental –, porque “grande parte da vegetação nativa será destruída”, como escreveu o jornal brasileiro “Folha de São Paulo”.
Mas a Câmara Municipal doRio deJaneiro assegurou que as obras faziam parte de “um plano de recuperação ambiental que contou com o replantio da vegetação nativa da região”, segundo informou o site da câmara.A verdade é que surgiram ontem imagens de animais como a capivara olímpica, um mamífero roedor, que se tornou uma sensação nas redes sociais.
Passando à frente de outros problemas, esta prova pode até ter deixado de ter tanto interesse para as cerca de 15 mil pessoas que poderão assistir ao torneio: o líder do ranking mundial, o australiano JasonDay, não seguiu para as Olimpíadas devido ao vírus zika. E é preciso ainda dizer que ao mesmo tempo decorrem três torneios doPGATour que dão pontos e prémios para a FedExCup – torneio financeiramente“delicioso”, algo que estes Jogos não são(não dão pontos nem dinheiro), como informou o site brasileiroTerra.
Para algo completamente diferente, falemos da histórica participação portuguesa. Filipe Lima e RicardoMeloGouveia são as esperanças portuguesas com vontade de ganhar a medalha de ouro entre os 60 golfistas que lá estão. Lima terminou o primeiro dia na 17.a posição com 70 pancadas eMeloGouveia não foi além de um 41.o lugar, com 73 pancadas. Hoje disputa-se mais uma ronda – com mais animais, presume-se. Mas talvez sem outro “hole-in--one”, o primeiro na história dos JO, obra do golfista inglês JustinRose.
O dia lusitano seguiu com a participação do judoca Jorge Fonseca (-100 quilos) que, na sua estreia olímpica, venceu o seu primeiro combate por ippon contra o afegãoMohammad Tawfiq Bakhshi. Osegundo encontro trouxe a eliminação da delegação judoca portuguesa: o checo Lukas Krpálek, ex-campeão do mundo, foi mais forte que o atleta doSporting. Fonseca despediu-se desta primeira participação olímpica com lágrimas – uma emoção que contrastou com a felicidade de Telma ao conquistar a medalha de bronze na categoria de -57 quilos na passada segunda--feira.
Outra estreia, agora na natação.A mais jovem da comitiva portuguesa (17 anos), leia-se a nadadora TamilaHolub, não conseguiu melhorar o recorde nacional (8.36.21 minutos) nos 800 metros livres e ficou afastada da final. Em quatro heats, Holub terminou com um tempo de 8.45.36 minutos, ficando no 24.o lugar.
A juventude costuma ser sinal de frescura, mas João Rodrigues (RS:X), o mais olímpico português de sempre, com sete presenças aos 44 anos, não quer saber disso.Ontem terminou a primeira regata em 15.o e a segunda no 12.o lugar. O melhor ficou para o fim: um 4.o lugar na última regata. Ou seja, subiu para o 11.o lugar da classificação geral provisória e hoje tem mais um dia para tentar chegar à regata de medalha, que decorre no próximo domingo entre os 10 melhores da prova.
Mas a participação de Portugal não se ficou por aqui: no badmínton, Telma Santos competiu às 23h55 (hora portuguesa) contra a chinesa Li Xuerui.