Portugueses. As lágrimas de Jorge Fonseca e a estreia histórica no golfe

Judoca português perdeu o segundo combate na sua estreia olímpica. Na natação, Tamila Holub não garantiu uma vaga nos 800 metros livres. Filipe Lima fez um bom primeiro dia no golfe

Os JogosOlímpicos(JO) são sempre eventos para estreias. Ontem foi a vez do golfe que, 112 anos depois, regressou ao maior evento desportivo do mundo para ser jogado noCampoOlímpico de Golfe – o torneio masculino será disputado até ao próximo domingo e o feminino só começa no próximo fim de semana, entre 18 e 21 de agosto.

Depois dos Jogos, a zona escolhida na Barra da Tijuca para disputar este torneio será transformada no primeiro campo público de golfe de padrão internacional doBrasil, apesar das várias críticas de ambientalistas – os 18 buracos estão numa área de proteção ambiental –, porque “grande parte da vegetação nativa será destruída”, como escreveu o jornal brasileiro “Folha de São Paulo”.

Mas a Câmara Municipal doRio deJaneiro assegurou que as obras faziam parte de “um plano de recuperação ambiental que contou com o replantio da vegetação nativa da região”, segundo informou o site da câmara.A verdade é que surgiram ontem imagens de animais como a capivara olímpica, um mamífero roedor, que se tornou uma sensação nas redes sociais.

Passando à frente de outros problemas, esta prova pode até ter deixado de ter tanto interesse para as cerca de 15 mil pessoas que poderão assistir ao torneio: o líder do ranking mundial, o australiano JasonDay, não seguiu para as Olimpíadas devido ao vírus zika. E é preciso ainda dizer que ao mesmo tempo decorrem três torneios doPGATour que dão pontos e prémios para a FedExCup – torneio financeiramente“delicioso”, algo que estes Jogos não são(não dão pontos nem dinheiro), como informou o site brasileiroTerra.

Para algo completamente diferente, falemos da histórica participação portuguesa. Filipe Lima e RicardoMeloGouveia são as esperanças portuguesas com vontade de ganhar a medalha de ouro entre os 60 golfistas que lá estão. Lima terminou o primeiro dia na 17.a posição com 70 pancadas eMeloGouveia não foi além de um 41.o lugar, com 73 pancadas. Hoje disputa-se mais uma ronda – com mais animais, presume-se. Mas talvez sem outro “hole-in--one”, o primeiro na história dos JO, obra do golfista inglês JustinRose.

O dia lusitano seguiu com a participação do judoca Jorge Fonseca (-100 quilos) que, na sua estreia olímpica, venceu o seu primeiro combate por ippon contra o afegãoMohammad Tawfiq Bakhshi. Osegundo encontro trouxe a eliminação da delegação judoca portuguesa: o checo Lukas Krpálek, ex-campeão do mundo, foi mais forte que o atleta doSporting. Fonseca despediu-se desta primeira participação olímpica com lágrimas – uma emoção que contrastou com a felicidade de Telma ao conquistar a medalha de bronze na categoria de -57 quilos na passada segunda--feira.

Outra estreia, agora na natação.A mais jovem da comitiva portuguesa (17 anos), leia-se a nadadora TamilaHolub, não conseguiu melhorar o recorde nacional (8.36.21 minutos) nos 800 metros livres e ficou afastada da final. Em quatro heats, Holub terminou com um tempo de 8.45.36 minutos, ficando no 24.o lugar.

A juventude costuma ser sinal de frescura, mas João Rodrigues (RS:X), o mais olímpico português de sempre, com sete presenças aos 44 anos, não quer saber disso.Ontem terminou a primeira regata em 15.o e a segunda no 12.o lugar. O melhor ficou para o fim: um 4.o lugar na última regata. Ou seja, subiu para o 11.o lugar da classificação geral provisória e hoje tem mais um dia para tentar chegar à regata de medalha, que decorre no próximo domingo entre os 10 melhores da prova.

Mas a participação de Portugal não se ficou por aqui: no badmínton, Telma Santos competiu às 23h55 (hora portuguesa) contra a chinesa Li Xuerui.