“Parabéns Kikas!”, atira uma senhora que passa ao lado da mesa antes do início da entrevista. Aos 24 anos, Frederico Morais é o nome que voltou a colocar a esperança portuguesa na crista da onda depois de garantir o apuramento para o circuito mundial de surf em 2017. Fomos ter com Kikas – como é conhecido graças à prima que não conseguia pronunciar o seu nome – e com Tomaz Morais, antigo selecionador de rugby e seu tio, ao Guincho, o “sítio onde tudo começou”.
“Depois aproveito para pedir uns conselhos ao tio e à tia”, diz o surfista de Cascais depois de cumprimentar Tomaz Morais. Numa conversa animada, tio e sobrinho falaram da exigência incutida por Nuno Morais (pai de Kikas), da importância da família, da primeira viagem aos 10 anos, da rotina de treinos intensivos, do longo caminho que culminou num objetivo traçado em criança e das metas para o futuro. “O Kikas é o melhor do mundo”, diz com orgulho Tomaz.
Quando pensamos no Frederico Morais ocorre-nos de imediato a figura do Tomáz Morais [antigo jogador e selecionador de rugby]. Afinal esta veia desportista é de família?
TM: É um vírus de família. O nosso pai, avô do Kikas, era uma pessoa muito atlética. Sempre gostou muito de desporto e incutiu-nos esse lado desde muito cedo. Lá em casa o desporto e o exercício fizeram sempre parte das nossas conversas. A minha mãe, avó do Kikas, jogou ténis muitos anos, nadou… Sempre gostou muito de desporto e ainda hoje gosta. Muitas vezes desafia os netos “venham nadar comigo, venham jogar ténis”. Vê-se que temos um gene de desporto na família. Não me lembro de passar um dia na minha vida sem falar de desporto.
Por isso só fazia sentido seguir esse percurso também a nível profissional…
TM: Isso deve-se às minhas origens. Somos uma família que mudou de Angola para Portugal, chegámos cá em 1975-1976. O desporto também nos agarrou, os amigos que fizemos foi através do desporto. Desde muito pequenino comecei a jogar rugby, mas antes joguei futebol, fiz natação, boxe e fui-me sempre metendo em tudo o que era relacionado com desporto. Desporto federado. Só fazia sentido se tivesse competição.
A primeira vez que recebeste uma prancha tinhas seis anos. O surf era um sonho do teu pai que passou a ser teu?
FM: Acho que o sonho nunca foi do meu pai. O meu pai nunca fez surf na vida, nunca se pôs de pé numa prancha, nunca entrou para a água a não ser para me empurrar ou dar um mergulho. O sonho é completamente meu. O meu pai é apenas um apaixonado pelo filho, que apoiou incondicionalmente e que fez tudo para que o meu sonho se concretizasse.
TM: No último ano em que eu e o meu irmão Nuno jogámos pela seleção de rugby o Kikas era bebé, mas vinha connosco para todo o lado, fosse no carro, no autocarro ou no balneário. Houve um jogo que nós ganhámos e o Kikas ficou connosco a noite toda. O mais giro dele é que estava sempre a sorrir. O sorriso que nós vemos hoje quando ele acaba as ondas é fotocópia. Transmite-nos aquilo que ele era em miúdo.
Qual foi o grau de exigência que o teu pai teve contigo?
FM: Muito exigente mesmo. Era duríssimo. Para o meu pai eu tinha de surfar bem em todas as surfadas, se eu não surfasse bem a ida de carro para casa era complicada. Íamos a discutir.
E isso nunca te fez querer desistir?
FM: Não, nunca. O meu tio escreveu um livro em que o título é ‘Nunca Desistir’. Quem seria eu para o fazer?, não podia. Acho que isso me tornou ainda mais forte e só me ensinou a lidar com as dificuldades. Aprendi a desafiar-me e a querer mostrar o melhor cada vez que entro na água. Sem dúvida alguma que a razão de estar a este nível devo-a ao meu pai.
Desde muito cedo estiveste em competições. Como conseguiste conciliar os estudos com o desporto?
FM: A minha mãe ajudou-me muito. Desde muito cedo comecei a viajar com a minha família. Quando tinha 11 anos passávamos um mês, nas férias de Natal, no Havai e, nas férias da Páscoa, um mês na Austrália. Havia certas semanas em que faltava às aulas e era realmente difícil acompanhar tudo, mas a minha mãe sempre fez esse esforço. A minha mãe sempre teve muito cuidado, sempre me obrigou a estudar e a completar os estudos.
TM: Houve muitos Natais que não passámos juntos, coisa que numa família tradicional portuguesa é impensável. Eles aproveitavam o período do Natal para fazer surf no Havai para que ele fosse um surfista como é hoje. Muitas vezes as pessoas perguntavam-me até em jeito crítico: “Então, mas não passam o Natal com a família?”
Na escola houve essa compreensão?
FM: Sim, Sim. Certos professores não compreendiam. Na altura o surf ainda não era o que é hoje, mas sempre tive boas notas e passei os anos todos.
És licenciado?
FM: Não, não. Acabei o 12º ano e a partir daí era impossível conciliar as duas coisas. Optei pelo meu sonho.
Enquanto professor [de Educação Física] sente que muitas vezes o desporto é incompreendido?
TM: O desporto em Portugal é importante quando aparecem os resultados. No fundo é preciso apresentar resultados primeiro para ter projetos depois. Temos leis que defendem um praticante desportivo, mas que não são aplicadas. Um praticante desportivo sente-se um herói solitário no meio de uma faculdade. Muitas vezes os colegas dizem: ‘Tu andas aí a passear pelo mundo, andas a jogar e a divertir-te e nós estamos aqui a estudar’. No entanto, o mundo também prova que não é só quem tem conhecimento empírico que consegue vencer. Quem anda pelo mundo traz muita coisa que o conhecimento empírico não nos dá. Acho que falta uma grande cultura desportiva em Portugal e o surf tem um problema maior.
Qual?
TM: O surf é um desporto que depende muito da natureza, das ondas. Enquanto no rugby, por exemplo, treinamos antes das aulas começarem ou de se iniciarem os trabalhos, no surf isso não é possível. Eles têm de ir à procura das ondas, têm de viajar pelo país e pelo mundo, de forma que é muito mais complicado de conciliar. Portanto ou passa a haver uma grande aceitação ou vai ser sempre muito difícil. Mas o caminho não é esse, o caminho é claramente o americano. É sentir que os desportistas, atletas e os campeões são grandes referências para as estruturas onde estão.
Pratiscaste algum desporto além do surf?
FM: Sim. Ginástica desportiva, taekwondo, kickboxing e muay thai. Foram os deportos que pratiquei ao mesmo tempo que fazia surf. A ginástica desportiva mais direcionada para o surf, o taekwondo mais pelos valores que nos transmitia e o muay thai para aprender a defender-me, e de certa forma também completava o surf.
Lembras-te da primeira viagem que fizeste sozinho?
FM: Lembro-me, tinha 10 anos. Fui com o Carlos Pinto, um fotógrafo, que é como um pai para mim. Toda a vida viajou comigo. A minha mãe levou-me ao aeroporto, e ‘entregou-me’ ao Carlos Pinto. Seguimos para as Maldivas.
Quantos dias durou essa primeira aventura?
FM: 10 dias. Houve alguns momentos que não correram tão bem mas que de certa forma me fizeram crescer. Foi divertido, apanhei boas ondas e saí de lá mais contente do que cheguei, mais crescido e pronto para ir sozinho outra vez.
TM: Temos de imaginar uma criança com o tamanho da Madalena [aponta para a filha pequena].
O que trazes na bagagem das viagens que fazes, para além do surf?
FM: Trago muitos amigos novos. Quando viajamos sozinhos temos de fazer amigos senão acaba por ser uma carreira solitária. A maior parte dos meus amigos estão fora de Portugal. Trazemos experiências inacreditáveis, conhecemos culturas completamente diferentes, gastronomia diferente. Ainda agora cheguei a Portugal dia 21 e parece que já cá estou há um mês. Gosto mesmo muito de viajar, de estar fora, de conhecer…
As ondas são a principal razão?
FM: Não, não. As ondas aqui em Portugal são inacreditáveis, são das melhores ondas do mundo. Isso posso garantir.
Que influência teve no teu percurso esta praia [Praia do Guincho]?
FM: É o começo do meu sonho. Foi aqui que me pus em pé numa prancha de surf pela primeira vez. Sempre vivi muito perto aqui do Guincho, sempre surfei no Guincho e depois das aulas era ao Guincho que vinha.
Antes de chegares, o teu tio contou-me que até no dia de Natal foste treinar. Quais são as tuas rotinas?
TM: Isso era off the record [risos].
FM: Tento ir todos os dias ao ginásio e surfar duas vezes por dia. Se o mar estiver muito bom e eu não conseguir conciliar o ginásio com o surf fico a surfar porque sem dúvida alguma o surf é a parte mais importante na minha carreira, mas tento sempre conciliar as duas coisas e ajustar-me aos meus horários.
As pessoas tendem a pensar que tudo gira à volta do talento…
TM: O talento por si só não nos leva a lado nenhum. O Kikas tem imenso talento, aliás basta ver desde pequenino que começou logo a fazer o que faz. Mas o meu irmão Nuno [pai do Kikas] via os vídeos do Kikas, ligava a câmara à televisão, punha os vídeos para a frente e para trás e dizia-me: “Eh, pá já viste o pé dele?”. Eu olhava para o pé e percebia zero, mas tinha de dizer que sim senão saía de lá às quatro da manhã a discutir. Então eu dizia-lhe: “Sim, sim”. Qualquer talento necessita deste investimento, da exigência, do fazer, do repetir, do analisar, do fazer e corrigir vezes sem conta.
Ainda fazes esta autoavaliação?
FM: Vejo sempre e tenho o meu treinador que é tão ou mais crítico que o meu pai, é muito difícil deixá-lo feliz. Há sempre qualquer coisa a melhorar.
Ao contrário do Tiago Pires, não cedes à pressão de concorrer ‘em casa’. Como foi vencer o Kelly Slater em Peniche?
FM: Foi um dia inacreditável. Sabia que ou ganhava ao melhor do mundo ou perdia para o melhor do mundo. Não havia grande risco, só tinha de estar preocupado comigo mesmo e não com ele, não podia depender disso, podia sim focar-me no que poderia dar e foi o que fiz. O meu treinador é um surfista que já esteve no Tour e inclusivamente surfou contra o Kelly Slater e ajudou-me a perceber as fragilidades e a tirar a pressão de cima de mim. Não é bem pressão mas se calhar expectativas de me dar bem. Foi a primeira oportunidade que tive de surfar em Peniche, queria mostrar que era capaz e que realmente merecia estar ali. Foi o dia certo e o heat certo.
Tens algum ritual antes de entrar dentro de água?
FM: Não, não tenho grande ritual. Normalmente ouço sempre as mesmas músicas que podem depender de evento para evento.
Fora de água dá a impressão de que são todos amigos. Como funciona realmente quando têm de competir uns contra os outros?
FM: O Moche fez um slogan giro, que era “amigos amigos ondas à parte”. Acho que é isso. Todos nós sabemos bem o porquê de estarmos ali, qual o nosso sonho e objetivo. Cá fora somos amigos, falamos, somos cordiais uns com os outros mas dentro de água isso não interessa.
TM: São códigos de ética. Até digo mais: os jogadores contra quem eu mais gostei de jogar são aqueles por quem hoje em dia tenho uma grande amizade. As coisas são separadas, o que eu acho giro.
Como lidas com a derrota?
FM: É fundamental aprender a perder para, consequentemente, aprendermos a ganhar. Foi sempre isso que o meu pai, o meu tio e o meu treinador me ensinaram. Conseguimos tirar sempre alguma coisa das derrotas. Das vitórias é mais difícil porque estamos tão contentes que nem nos preocupamos com isso. Acho que temos de ter um caminho traçado e não deixarmos que nada nos mande abaixo. Sabemos que estamos a fazer o caminho certo e, se a sorte não estiver connosco naquele dia, há de estar noutro.
TM: É preciso saber competir e às vezes no futebol não se sabe competir. Para mim um desportista tem de se importar de perder, a derrota não pode ser indiferente. Tem de doer. A mim dói-me, eu quando perco sou outra pessoa.
Já partiste alguma prancha?
FM: Já parti algumas. Às vezes são heats muito concorridos, a diferença entre as pontuações muito pequena e quando perdemos por diferenças mínimas magoa.
Além de ter sido atleta, treinador e selecionador de rugby, é também especialista em orientação e motivação. Que influência teve esse lado na carreira do Frederico?
TM: Faz parte da construção de um atleta. Há inúmeros fatores que constituem um atleta. Prefiro realçar quatro pontos: a técnica – um grande atleta tem de ter um domínio técnico que não pode ter “ses”; saber como utilizar essa técnica no momento certo, algo que é basicamente transversal a qualquer desporto; a parte física – é impossível em qualquer desporto ambicionarmos estar no topo sem sermos do ponto de vista físico exímios, quando digo isto refiro-me a sermos rápidos, fortes, ágeis e flexíveis; e a parte mental, onde entra a motivação.
É aqui que entra o Tomaz?
TM: No caso de um atleta de desportos individuais, como é o caso do Kikas, embora passe muito tempo com o treinador, ele depende muito dele próprio e a motivação que leva é muito intrínseca. Do ponto de vista motivacional ele poderá falar melhor que ninguém, mas acho que o Kikas teve, como todos nós temos, influências externas e essas passaram com certeza por todas as pessoas que o acompanharam, como é o caso do Carlos Pinto, o meu irmão Nuno, que é uma pessoa automotivada por natureza, tem uma grande capacidade de esforço e de sacrifício. Acima de tudo a determinação de um atleta vem dele próprio.
Qual é o pior inimigo que um atleta de alta competição pode ter?
TM: Tenho visto alguns atletas perderem as suas qualidades e o seu talento quando deixam de ser humildes. Um atleta não se pode iludir, a ilusão é o principal adversário de um atleta. A ilusão é uma tentação e as tentações estão sempre presentes. Viver com pressão faz parte de quem treina muito e de quem trabalha muito porque dá confiança e quando estamos confiantes não há pressão que nos abale a confiança. Pode cair o mundo que nós estamos presentes, não há problema, a confiança é que nos permite resistir à pressão.
Qual foi o campeonato que mais te marcou?
FM: Foi quando me sagrei campeão Pro Júnior de 21 anos quando eu tinha apenas 14. Na final ouvia o meu pai aos berros na praia “Vai! Rema!” e, nos últimos cinco minutos eu faço outra onda, passo para 1.º lugar e ganho o campeonato. Foi um momento de realização tanto para mim como para os meus pais.
Em tantos anos de viagens deves ter vários episódios caricatos para contar. Qual é o primeiro que te ocorre?
FM: O mais recente foi agora, quando estava a voltar do Havai. Tinha a minha passagem para 8 de dezembro e acabei por voltar a 21. Estava há quase dois meses fora, e a única coisa que me apetecia era voltar para casa. Apanhei o avião de Honolulu para LA (Los Angeles), sentei-me no terminal e nunca diziam a hora do meu voo. Olhava para o meu bilhete, olhava para as placas e não diziam nada. ‘Faltam 15 minutos para o meu voo e isto não diz nada’. Decidi ir à procura de alguém que me ajudasse e informaram-me que o meu voo já estava a embarcar, mas era no terminal do lado oposto. Tinha a taça, a mochila mais uma mala e corri desalmadamente. Só pensava ‘se não chego a tempo de apanhar o voo vou desatar a chorar’. Lá consegui.
TM: O Kikas está no topo do surf mundial e viaja desta forma. Imaginemos uma equipa de futebolistas com um problema deste género. Qualquer grande campeão começa nisto, na educação, na humildade que tem para saber estar nos momentos certos e eu realmente estou a ter aqui lições grandes do que é saber estar no desporto.
Quando estás fora e alguma coisa te corre menos bem, a quem telefonas?
FM: Telefono à minha mãe, sempre. A minha mãe é que leva sempre comigo.
Reparei nas redes sociais que usas muito a frase que diz “não aos sonhos, apenas objetivos”. Em que parte é que os sonhos entram na tua vida?
FM: Se tornarmos um sonho num objetivo passa a estar num plano realizável. Nem que seja para me desafiar e fazer tudo o que consiga para lá chegar.
Como vai ser o teu calendário de 2017?
FM: Muito preenchido. Vou fazer tanto o WCT [World Championship Tour] como o WQS [Men’s Qualifying Series]. Vai ser um ano zero, começar de novo. É um circuito muito difícil e competitivo mas acho que estou à altura. Para começar o ano o meu objetivo será continuar no Tour e com o desenrolar do ano vou criando novos desafios.
Agora que o surf já se tornou uma modalidade Olímpica, Tóquio 2020 é um dos objetivos a longo prazo?
FM: Não faço ideia de como nos qualificamos, nem os requisitos, nada. Mas seria um sonho representar Portugal nos primeiros Jogos Olímpicos de surf.
Em 2013 disseste ao i “respeita os mais fortes e desconfia dos mais fracos”. Continua a ser este o teu lema?
FM: Essa frase é do tio [risos]
TM: Eu sempre disse que estar entre os melhores exige grande qualidade e grande capacidade, mas se estamos lá então somos iguais a eles. Aqueles de quem devemos desconfiar são os que querem ser como nós e muitas vezes são os mais pequeninos. É uma coisa que não consigo explicar por palavras, é mais ação.
Como olhas para a evolução do surf em Portugal? Como reagiste quando chegaste ao aeroporto e viste que centenas de pessoas esperavam por ti?
FM: O surf conquistou muitas pessoas. Há quem tenha medo de experimentar, mas assim que o fazem ficam viciados. É tão bom uma pessoa surfar, começar o dia mais cedo, ir para a praia nem que seja só para dar um mergulho, ouvir o barulho do mar sem ninguém nos chatear é ótimo. Não estava à espera de ver o aeroporto cheio, foi uma grande surpresa que me deixou emocionado.
Quais são as características que consideras essenciais num surfista para chegar ao teu patamar?
FM: Dedicação, espírito de sacrifício e tem de ser um apaixonado pelo que faz.
Tens algum plano B “fora de água”?
FM: Há muitas coisas que gosto de fazer, mas para já estou focado no que aí vem.
Como descreve o Frederico?
TM: Ele é meu sobrinho e por isso mesmo é o melhor do mundo! O Frederico é o espelho daquilo que foi desde bebé na altura em que o fui visitar à maternidade: super simpático, muito bem educado, um rapaz bem humilde, sabe perfeitamente o que quer, quando quer e como vai lá chegar. O respeito é das coisas mais difíceis de conquistar e ele conquista-o naturalmente. Toda esta construção compõe um atleta e uma pessoa muito bem formada, nomeadamente com as senhoras da família ele teve sempre cuidados e são pequenos gestos que nos dizem quem são as grandes pessoas.
Como descreves o Tomaz?
FM: É uma fonte de inspiração. No outro dia eu estava fora e uma colega minha de escola perguntou-me “o Tomaz Morais é o teu tio?” e eu respondi-lhe que sim. “Ele esteve aqui a dar uma palestra e é brutal. O Tomaz é teu tio? Que sorte, que sorte!”. Quando ouço isto só tenho de ficar orgulhoso e babado. Nós absorvemos todos os valores que o meu tio nos transmite. Sempre me perguntaram quem eram os meus ídolos em Portugal e eu tive sempre a mesma resposta. São o meu pai e o meu tio.
Daqui a um ano qual seria a frase que gostarias de poder dizer?
FM: Difícil… Talvez “aqui vamos nós para o segundo ano do World Tour”.