Mas o tricampeão da Volta à Suíça carimbou bem mais títulos no seu currículo ao longo desses tempos. O ano de 2013 pode mesmo ser considerado o ano de ouro para o ciclista da Póvoa do Varzim. Depois de, em julho de 2013, vencer duas etapas da Volta a França (a 16ª e, dias depois, a 19.ª), igualando o feito de Joaquim Agostinho ao liderar duas etapas na mesma edição do Tour, Rui Costa, imparável, sagrou-se, em setembro de 2013, campeão mundial de estrada, em Florença, ou seja, a maior conquista da história para a modalidade em Portugal.
O percurso vitorioso continuou com o arremesso do troféu de campeão nacional de fundo, ao vencer a prova disputada na região de Braga. Foi a primeira vez que Costa conseguiu o feito, sucedendo no trono a Nelson Oliveira. A partir desse momento o caminho ficou inclinado e foram precisos quase dois anos para o português voltar a pedalar até ao topo. Ano novo vida nova, um ditado que faz jus ao início da caminhada feita por Rui Costa desde o arranque de 2017.
Foi na Argentina que Rui Costa marcou o seu regressou às vitórias. No final de janeiro conquistou a etapa rainha, a etapa de alta montanha, entre Chimbas e o Alto Colorado, com o tempo de 4h15m04s, num percurso de 162,4 quilómetros. A primeira vitória da equipa UAE Abu Dhabi culminou num quinto lugar da classificação geral na primeira prova do ano. “Terminamos esta Vuelta com um balanço bem positivo e muito animados para enfrentar o que aí vem”, escreveu Costa no seu blogue, no final das sete etapas. Seguiu-se o segundo lugar em Omã, antes da grande conquista:
Abu Dhabi. A conquista da etapa rainha, a terceira, numa prova de 186 quilómetros foi um prenúncio do que viria no dia a seguir. “Além de ser a etapa rainha, corríamos em casa, é uma corrida do escalão máximo – World Tour – e não faltavam nomes sonantes. Mas ganhou a bandeira portuguesa e a nossa equipa UAE Team Emirates!”, partilhou nos habituais diários que faz para os seus seguidores. Apesar da ausência de Chris Froome, o colombiano Nairo Quintana (Movistar) e o espanhol Alberto Contador (Trek Segafredo) foram dois dos nomes sonantes que participaram na prova tendo no entanto terminado em 10.º e 13.º, respetivamente, a cerca de um minuto do ciclista luso.
“Se tudo correr bem e como previsto, será chegada ao sprint e manter-se-á a classificação. Assim desejo e espero”, afirmou numa altura em que detinha a primeira posição da classificação geral, com a última etapa, e o dia de todas as decisões, agendados para o dia a seguir. Rui Costa cumpriu a missão de defender a liderança nos 143 quilómetros que compuseram a quarta, e última, etapa do Vola em Abu Dhabi. No fim, registou o mesmo tempo que o vencedor australiano Caleb Ewan (ORICA-Scott), com 3 horas, 3 minutos e 6 segundos de corrida e tocou o céu no circuito de Yas Marina. Assegurou assim o primeiro lugar da geral e conquistou a primeira vitória desde 2015. “[A vitória] é minha, é da equipa, é da minha família, é de todos vocês e dos nossos patrocinadores. Tenho de agradecer a cada pessoa que pertence a cada grupo que eu acabei de mencionar e dizer obrigado ainda é pouco por tudo o que fazem por mim. MUITO OBRIGADO!”, foi o último texto de Costa sobre a aventura pela capital dos Emirados Árabes Unidos.
Um arranque ao mais alto nível para o português que vai “continuar a trabalhar forte, sempre focado nos próximos desafios: Clássicas das Ardenas e Giro [Volta a Itália, onde vai competir pela primeira vez]. Quero continuar entre os melhores”, garantiu.