Emmanuel Macron percebeu muito depressa que a sua vitória por 65% dos votos sobre Le Pen não é uma derrota de Le Pen, que parte agora para as legislativas com uma base eleitoral de 32,5%. No discurso sóbrio de vitória, o presidente eleito quis dizer aos 11 milhões de franceses que votam Le Pen que também os irá conquistar.
Macron afirmou estar consciente das “divisões da nossa nação que conduziram alguns a um voto extremo”. “Percebo a raiva, as dúvidas, a ansiedade que alguns exprimiram. É minha responsabilidade entender-vos e lutar contra todas as formas de desigualdade, assegurando a vossa segurança, garantindo a unidade da nação”.
No discurso curto em que manifestou a sua “gratidão” a quem o elegeu – “nunca vos esquecerei. Farei tudo para ser digno da vossa confiança” – Macron não quis deixar de fora os 11 milhões de franceses que votaram Le Pen. Depois da “saudação republicana” à sua adversária da segunda volta, foi para eles que falou o novo presidente, mesmo quando falou da Europa.
“Eu defenderei a França, os seus interesses vitais, a sua imagem. Faço esse compromisso perante vós. Defenderei a Europa, é a nossa civilização que está em jogo, a nossa maneira de ser livre. Trabalharei para aproximar a Europa dos cidadãos”, disse Macron que prometeu também aos franceses que “a França estará na primeira linha do combate ao terrorismo no seu solo e também na acção internacional. Durante todo o tempo que o combate durar, estaremos presentes”.