Emmanuel Macron é o novo presidente francês, eleito este domingo com cerca de 65% dos votos. Mas Marine Le Pen obteve um resultado histórico para a extrema-direita, 11 milhões de votos – cerca de 35% – e já disse o que fará com eles. Irá criar um novo partido, fazendo aquilo que na linguagem dos publicitários se chama um “rebranding” da Frente Nacional.
A Europa suspirou de alívio com o resultado presidencial, mas o discurso de derrota de Le Pen foi, na realidade, um pequeno comício de arranque da campanha para as legislativas marcadas para daqui a um mês, 11 e 18 de Junho. Ao assumir-se como “a maior força da oposição”, Le Pen garantiu que nessas eleições “a escolha será entre patriotismo e globalização” e ela “estará à frente desse combate”.
Macron percebeu que uma vitória esmagadora pode não ser tudo perante o facto de Le Pen ter duplicado a sua força eleitoral. No seu discurto de vitória, curto e sereno, afirmou entender o resultado que dividiu a França. “Percebo a raiva, as dúvidas, a ansiedade que alguns exprimiram. É minha responsabilidade entender-vos e lutar contra todas as formas de desigualdade, assegurando a vossa segurança, garantindo a unidade da nação”, disse o Presidente eleito.