A taxa de ocupação no Algarve continua a bater recordes – estando próxima dos 100% em julho e agosto – e, com isso, os preços também aumentam. Para fazer face à elevada procura e aos valores altos que são cobrados nesta altura do ano, há já quem arrende vários quartos, copiando o estilo do alojamento local, ou até mesmo quem opte por arrendar um ou mais e continue a viver no imóvel. Vale tudo tanto para quem procura, porque pretende encontrar valores mais baixos, como para quem arrenda nestas condições, porque é uma forma de ganhar dinheiro extra.
Essa realidade é reconhecida ao i pelo presidente da direção da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, ao admitir que o arrendamento de quartos para férias é “para dar alguma resposta a um nicho de mercado ou a uma procura específica, sobretudo junto das camadas mais jovens”, acrescentando ainda que o aparecimento desse tipo de oferta “vem na sequência do sucesso que o alojamento local tem tido e, como tal, querem copiar, mas isso é no mercado paralelo, porque no legal não é permitido”.
A verdade é que os números falam por si: anualmente há 1,1 milhões de portugueses que ficam hospedados no Algarve nos alojamentos registados, mas o responsável acredita que esse número fica aquém da realidade. “Se a este 1,1 milhões contarmos com os hóspedes que vão para alojamentos não registados, facilmente chegamos aos dois milhões de portugueses por ano”, refere o presidente da AHETA.
“Isso não significa que há menos portugueses a fazer férias no Algarve, achamos que até deve haver mais, o que há é uma opção dos portugueses por outro tipo de estabelecimentos que não sejam os hotéis ou os empreendimentos turísticos, designadamente o alojamento local e o alojamento particular. Isso também resulta do facto de os preços terem aumentado”, explica o responsável.
Apartamentos com maior procura
Elidérico Viegas reconhece que este ano, tal como aconteceu em 2016, os preços praticados tanto pelos hotéis como pelos empreendimentos turísticos sobem nesta altura do ano. A ideia, de acordo com o responsável, é simples: “É começar a recuperar os valores que foram muito esmagados com a crise de 2008. Nessa altura, como a procura diminuiu, o preço também desceu. Estamos agora a recuperar valores e isso já se verificou no ano passado”, revela ao i.
Ainda assim, lembra que os preços são variados. Tudo depende da zona e do tipo de estabelecimento, e garante que dentro das mesmas categorias há preços significativamente diferentes.
No entanto, a par do preço, também a escolha depende muito do agregado familiar. “Quem vai para o Algarve de férias são sobretudo famílias e a maioria prefere apartamentos, o que é natural porque querem estar todos juntos e, acima de tudo, porque é mais económico, uma vez que podem nesse espaço fazer todas ou apenas algumas refeições.” Já quem procura hotéis, segundo Elidérico Viegas, são sobretudo casais.
Também os preços diferem com a quantidade da oferta. Isto significa que as zonas com mais camas têm geralmente preços mais acessíveis e apresentam classificação mais baixa, atraindo pessoas com menor poder de compra. Já nas zonas onde há menos camas há tendência para os preços serem mais altos. E o presidente da AHETA dá o exemplo do Carvoeiro, Quinta do Lago e Vale do Lobo que, “naturalmente, apresentam preços mais elevados”.
Ofertas disponíveis
O site OLX é uma das alternativas para quem procura casas de férias disponíveis para arrendamento. Este portal conta atualmente com 4629 anúncios disponíveis e neste momento disponibiliza 16 anúncios de quartos de férias para alugar, havendo casas que têm mais do que um quarto.
Algarve, Troia, Nazaré/Peniche, Gerês e Porto representam o top-5 com maior procura neste site, revela ao i o OLX. Segundo a empresa, as vantagens são visíveis para as duas partes: quem põe o seu imóvel para arrendamento durante as férias consegue arrecadar algum dinheiro extra e quem arrenda consegue poupar “comparativamente com a estadia em hotéis e estar num ambiente confortável com a família ou os amigos”.
Os preços são variados e, segundo o site de classificados, “são diversas as opções de casas de férias disponíveis, desde apartamentos, moradias, casas de campo, casas com piscina ou perto da praia”. No entanto, em muitos casos, os preços variam consoante as semanas e, tal como vem sendo hábito, os meses de julho e agosto sofrem um aumento de valores. Neste momento, a média de preços varia entre os 250 e os 500 euros por semana.
Mas a oferta não fica por aqui. O Airbnb é um dos sites mais conhecidos em todo o mundo e contém ofertas em mais de 65 mil cidades e 191 países. Além disso, é possível fazer a sua escolha consoante os seus interesses, podendo ter de partilhar casa. Para o Algarve é possível encontrar imóveis entre os 29 e os 155 euros por noite.
A HomeAway oferece o mesmo tipo de serviço. Tal como no site anterior, também aqui pode ver os comentários de pessoas que tenham escolhido passar as suas férias num dado local. Segundo a empresa, o Algarve é uma das regiões com maior procura e a diferença de valores de estadia/aluguer está relacionada com a tipologia (vivenda, apartamento, chalé, castelo, barco), com as características dos alojamentos (piscina, cozinha equipada, jardim, court de ténis, ginásio) e época do ano.