Vítimas de Pedrógão Grande solidárias com a tragédia. “Estamos a viver um estado de terror”

“Não se podem encarar os incêndios – as catástrofes – com a naturalidade que nos fazem crer”, diz Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande

A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande emitiu esta tarde uma nota de pesar e solidariedade para com as vítimas dos últimos incêndios.

A AVIPG lamenta ter sido branda na existência de responsabilidades. “Perdão por termos sido demasiados brandos, perdão por não termos feito nada mudar ou fazer mudar para que se precavessem novas desgraças sobretudo no que à proteção e socorro dizem respeito desde Pedrógão Grande, por Portugal continuar a arder, ardendo montes, aldeias, vilas e agora até cidades, apesar dos avisos, das nossas convicções e preocupações reiteradamente feitas às estruturas governativas locais e nacionais”.

A associação recorda que denunciou as falhas em Pedrógão Grande “mesmo antes de serem conhecidos os relatórios, agora em análise. Conhecidos os relatórios, que vieram a nos dar razão, reclamamos ações no terreno, ações de prevenção e autoproteção e volvidos 4 meses fomos novamente assolados pela tragédia agora a uma escala nacional”.

“Agora os presidentes de Câmara Municipal e demais instituições locais acionam planos de emergência, evacuando vilas e aldeias. Agora se acionam protocolos internacionais e se deixam entrar forças transfronteiriças sem soberba ou sentimento de humilhação. Agora! E mesmo assim os números são trágicos”, continua a associação. “Estamos a viver um estado de terror. Já o tínhamos dito! Mas fomos brandos e por isso pedimos perdão”.

“Não se podem encarar os incêndios – as catástrofes – com a naturalidade que nos fazem crer. Já perdemos tempo demais desde o dia 17 de junho”, apela a associação. “Precisamos de uma governação eficiente e previdente! Precisamos de Estado!”.