Passou sem sucesso pelo FC Porto na primeira metade da temporada 2015/16 (12 jogos e um golo) e fez apenas cinco jogos pelo Boca Juniors na segunda metade dessa época. No fim, decidiu colocar um ponto final na carreira aos 30 anos e virar-se para a música, outra grande paixão. Falamos de Pablo Daniel Osvaldo, avançado nascido na Argentina mas internacional por Itália e que na última semana, em entrevistas em ambos os países, decidiu explicar o porquê dessa mudança repentina.
"Decidi deixar de jogar quando estava no Boca Juniors. Demasiados rumores. Não podia sair, tinha medo das pessoas. Não aguentava mais. Cheguei a ter ofertas da China, mas não estava minimamente interessado. Comecei a odiar o que sempre tinha amado. Ao invés de dinheiro, prefiro churrasco e cerveja", revelou ao diário italiano "La Gazzetta dello Sport". "Em dezembro de 2016, Sampaoli [então treinador do Sevilha] ligou-me e disse: 'Dani, não te peço nada. Faz o que quiseres em campo e fora dele, mas preciso de um avançado'. Respondi que tinha um festival de rock e que não podia faltar. Era um rebelde, cometi muitos erros mas era o melhor. Depois saía para ir a festas, normal. Os rótulos acabaram por me arruinar", confessou o avançado que passou por clubes como Fiorentina, Roma, Southampton, Inter de Milão e Juventus.
Hoje, Osvaldo nem quer ouvir falar de futebol. "Não tenho de me preocupar em ser um exemplo para alguém. Não quero ser exemplo de nada, quero que me deixem viver tranquilo, como se fosse o padeiro da esquina. O mundo do futebol é uma bolha e nessa bolha nada é real. Há muita frivolidade e calculismo. A dada altura questionei tudo. Comecei a pensar: 'Preciso de fazer isto? Tenho de fazer estes sacrifícios?' Para mim tornou-se impossível estar nesse mundo. Diziam que eu fumava muito, que eu bebia whisky e só queria pensar em rock. E que me deitava sempre às 5 da manhã… Porra, eu joguei 11 anos na Europa ao mais alto nível. Se fumasse 50 cigarros por dia e bebesse acham que aguentava? Não pá, eu não sou o Messi, tinha de treinar muito, deitar-me cedo e comer saladas. Depois, de longe a longe, sim, bebia o meu whisky e fumava. Mas a minha vida não era isso. Fiz mil asneiras na vida profissional e pessoal, mas sou um rapaz bom e sonhador. Tenho é uma relação complicada com o compromisso", assumiu, em declarações à publicação argentina "Pagina 12". "O futebol deu-me tudo, não o quero mudar, mas já não é para mim. Estou apaixonado pela música, pelo amadorismo que há nisto. Para já estamos a tocar para 15 pessoas, mas o objetivo é ter mais gente a ouvir-nos. Prefiro isto a jogar futebol na China (risos)", completou.
A banda da qual Osvaldo é vocalista chama-se Barrio Viejo e este é um dos seus singles: