Dois dias depois de organizar uma manifestação em Kiev contra Petro Poroshenko, Mikhail Saakashvili foi detido esta terça-feira pelo alegado envolvimento num plano para derrubar o presidente da Ucrânia, conforme confirmou o seu advogado à imprensa local.
O antigo chefe de Estado da Geórgia foi durante muitos anos aliado político de Poroshenko, mas acusa agora o presidente ucraniano estar a pactuar com a corrupção no país e pede mesmo a abertura de um processo de destituição.
A detenção de Saakashvili foi bastante atribulada, já que o próprio decidiu subir até ao telhado da sua casa em Kiev, de onde apelou aos seus apoiantes para barrarem a entrada dos elementos da Guarda Nacional ao edifício e acusou Poroshenko de “criminoso”, “ladrão” e “traidor”. Os ânimos exaltaram-se e houve registo de desacatos entre polícias e manifestantes, mas o acusado acabou por ser levado pelas autoridades.
Saakashvili liderou a Geórgia entre 2004 e 2013 e, no final de um mandato atribulado acabou por ser convidado por Poroshenko para liderar a região ucraniana de Odessa. Abdicou da nacionalidade georgiana e aceitou a ucraniana, mas o conflito com Poroshenko – virou costas ao presidente em 2016 e criou o seu próprio partido – deixou-o sem nenhuma.