Marcelo decidiu mandar ontem um recado à direita parlamentar a propósito da aprovação na Assembleia da República do apoio ao novo mecanismo de defesa europeu. Não existir um sinal positivo do parlamento – e já se sabe que PCP e Bloco são contra – “seria um erro histórico”, disse ontem o Presidente da República.
“O que me parece incompreensível é que, não estando em causa a criação de um exército europeu – que não é isso que está em causa – por razões pessoais, de falta de diálogo, de suscetibilidade, de não haver um mínimo de contacto entre as forças políticas, houvesse um mínimo de dúvida quanto ao empenhamento de Portugal na segurança europeia”, avisou Marcelo Rebelo de Sousa.
A questão é que o PSD apoia a adesão de Portugal à Cooperação Estruturada Permanente de Defesa Europeia (PESCO na sigla inglesa), mas é contra a criação de um exército comum europeu. Há duas semanas, os sociais–democratas pediram “a partilha de informação em tempo útil a que apenas o governo tem acesso”.
O PSD acusa o governo de ter cometido erros no processo, mas o Presidente nem quer pensar que possa existir um chumbo pela Assembleia do apoio à PESCO. “Portugal tem de estar presente no momento em que vai arrancar aquilo que é uma forma de reforço da segurança europeia.
É preciso que o parlamento acolha essa intenção”, disse Marcelo, admitindo que as divergências entre PS e PSD se devam “a falta de diálogo”: “Era o que faltava [que], por uma questão de suscetibilidade de parte a parte, de repente Portugal faltasse a um momento fundamental para a política portuguesa e a sua posição na Europa”, alertou o Presidente da República.