Legionela. Chuveiros são a fonte mais provável do surto

O número de infetados com legionela subiu para seis. Segundo a DGS, os doentes encontram-se estáveis.

Os chuveiros e torneiras foram apontados, pela diretora-geral da Saúde, Graças Freitas, em conferência de imprensa, como a fonte mais provável da origem do surto. A responsável admitiu ainda que os duches do hospital já estão todos fechados como forma de precaução e que “a fonte de transmissão em princípio está interrompida”. Graça Freitas frisou ainda que este surto tem menor dimensão do que o do hospital São Francisco Xavier, porque as torres de refrigeração – fonte que originou o surto no hospital São Francisco Xavier – têm uma maior capacidade para disseminar a bactéria.

Esta segunda-feira foram ainda confirmados mais dois novos casos de legionela no Hospital CUF Descobertas, em Lisboa. Até ao momento existem seis casos de infetados –  quatro deles diagnosticados no sábado –, cinco mulheres e um homem, dos quais dois dos doentes são funcionárias do hospital.

Em comunicado, divulgado hoje, a Direção-Geral de Saúde (DGS) refere que os doentes se encontram estáveis, relembrando que “o Conselho de Administração do Hospital CUF Descobertas em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge iniciaram a necessária intervenção junto do Hospital”, para assegurar “o diagnóstico e tratamento dos doentes, o reforço da vigilância epidemiológica, o reforço da vigilância ambiental e a implementação das medidas necessárias para interromper a transmissão”.

As autoridades de saúde já procederam a uma investigação da epidemia e do ambiente, traçando um perímetro à volta da unidade hospitalar para tentarem perceber se a contaminação vem ou não do exterior do hospital. No entanto, Graça Freitas, referiu que “nada indica” que a contaminação seja exterior.

O diretor clínico adjunto do hospital CUF Descobertas, Paulo Gomes, afirmou no domingo que “foram efetuadas colheitas e amostras em todo o hospital” e que os resultados serão conhecidos em breve. No entanto, “foram tomadas todas as medidas e o tratamento realizado como se houvesse contaminação confirmada”. 

Segundo os dados revelados esta segunda-feira pela diretora-geral da Saúde, no ano passado em Portugal registaram-se 233 casos de legionela dos quais 174 casos isolados e 59 do surto do hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. O primeiro surto de legionela, detetado em novembro, provocou cinco vítimas mortais, mas Graça Freitas relembrou que atualmente “a capacidade de detetar a doença é muito maior”, provocando a sensação de que existem mais surtos.

A bactéria pode ser contraída por via respiratória, através da inalação de gotículas de água contaminada, manifestando-se na forma de uma pneumonia grave.