Mast3R Academia Efacec. Capacitar as pessoas para conseguir responder aos desafios

Começou na segunda-feira a nova academia de formação da Efacec. O objetivo da empresa tecnológica, e referência na engenharia em Portugal há mais de sete décadas, será alargar competências, gerir talento, atrair e reter colaboradores

A primeira turma da nova formação da Efacec teve a sua primeira aula no início da semana. Na Porto Business School começou a Mast3R Academia Efacec, nova academia de formação da empresa portuguesa com sete décadas de experiência e liderança mundial na indústria da energia e setor da eletricidade, representa o novo modelo de formação e de desenvolvimento pessoal do capital humano da empresa, alinhado com o plano estratégico. O foco é o desenvolvimento de competências de gestão.

“O desenvolvimento de conhecimento e gestão de conhecimento são essenciais para atingir o objetivo de crescimento”, resume o CEO da empresa aos primeiros 16 dos mais de 1800 colaboradores da empresa que vão passar pela nova academia. Este é um “objetivo ambicioso do ponto de vista da organização”, que passa por “alargar competências, pela gestão de talento, atrair e reter colaboradores”, acrescenta Ângelo Ramalho.

Sob o mote “Conhecimento que amplia o futuro”, a Mast3r Academia Efacec tem Daniel Bessa como presidente do Conselho Pedagógico. Segundo o economista, “a Efacec beneficia de uma presunção que a favorece: em Portugal, engenharia aplicada é na Efacec”. Mas, aponta o professor universitário, ter “competências em engenharia é diferente de ter competências de gestão”, pelo que esta formação servirá para “resolver a tensão entre as competências de engenharia e as competências de gestão”.

Neste projeto há três escolas específicas. O objetivo é adequar a oferta formativa às prioridades de desenvolvimento de competências para suportar a concretização da estratégia de negócio da Efacec. Esta estrutura permite que os módulos de formação sejam comuns a várias funções e várias unidades de negócio, promovendo a transversalidade, sinergias e partilha de conhecimento. A Mast3r Academia Efacec introduz ainda programas de formação estruturados por famílias de funções que permite a cada colaborador perceber qual o percurso formativo preconizado para a sua função na organização.

Segundo Ângelo Ramalho, este é um processo “bottom up” e “top town”. Porque “primeiro tenta responder às necessidades da empresa, de desenvolvimento de pessoas e de grandes grupos de famílias para responder às necessidades estratégicas da organização. E é de baixo para cima no sentido que os nossos colegas, colaboradores, têm toda a disponibilidade para desenvolver a sua carreira e escolher o caminho que quiserem”, explica ao i o CEO da firma. Segundo o responsável, “no fim do dia queremos pessoas mais capacitadas, porque só com pessoas capacitadas conseguimos responder aos desafios”.

Três escolas

A primeira escola é a corporativa, vocacionada para trabalhar processos comportamentais e de comunicação orientados para a cultura da empresa. É a que tem conteúdos mais transversais e abrange o maior número de colaboradores. A escola de gestão é destinada à formação de líderes e uniformização das práticas de gestão e de liderança alinhadas com os standards de excelência mundiais. Visa otimizar ferramentas de gestão de negócio e de projeto e o desenvolvimento de competências de gestão de equipas. Já a escola tecnológica foca-se na promoção da inovação tecnológica para responder e antecipar as necessidades do mercado.

“Na Efacec somos 2200 pessoas, 1000 são engenheiros. Queremos capacitar outros perfis de base que não engenheiros, dotando-os de melhores ‘skills’, para gerir e liderar”, diz ao i Ângelo Ramalho, para quem “as organizações sem líderes não funcionam”.

O presidente executivo da empresa lembra que quando fala em líderes não fala de “pessoas providenciais mas sim de pessoas capazes de compreender e fazer compreender, de pôr equipas a funcionar, de dar sentido às coisas, de colocar o alinhamento com os valores e com a estratégia” da Efacec.

Uma dessas pessoas é Susana Guedes. A engenheira de 32 anos faz parte da primeira turma da Mast3R Academia Efacec e acha “importantíssimo a Efacec estar focada em dar competências de gestão a uma empresa de engenharia”, uma vez que a “empresa é feita de pessoas e muitas vezes numa empresa de engenharia a parte de pessoas a gestão das pessoas está mais descurada por isso esta formação é essencial”.

Para Susana Guedes, que está na área da mobilidade elétrica, onde é responsável pela engenharia de produto, a sua expectativa para esta formação “é parar para pensar” e “olhar para as coisas de outra forma”. Na “parte de engenharia de produto”, explica ao i, o “‘design thinking’, pensar de outra forma é importantíssimo”, pelo que a “expectativa é sair daqui com uma lufada de ar fresco”.

Parceiros

Participam na Mast3r Academia Efacec o INESC TEC como parceiro no desenvolvimento de competências tecnológicas, a SDO Consulting como parceiro para formação comportamental e a Porto Business School PBS como parceira exclusiva da Escola de Gestão.

O reitor da PBS realça ao i a importância da costumização deste tipo de programas de formação. “A essência da costumização é essa: trabalhar com as empresas, perceber os problemas e em conjunto montar os melhores programas que se adequem às necessidades de melhora das organizações”, diz Ramon O’Callaghan. “E só a trabalhar a par com as organizações é que se pode construir programas costumizados”, acrescenta.

Segundo Daniel Bessa, quando se fala na ligação entre as empresas e a academia “fala-se da transferência de conhecimento, da investigação e desenvolvimento, daquilo que as universidades fazem e as empresas valorizam”. Neste caso “é o momento em que a Efacec cria uma academia para formar a sua gente e para isso conta com a academia” num projeto que “é um expoente da formação contínua”.

Ângelo Ramalho lembra ainda que a Efacec é uma empresa tecnológica e que com este modelo visa “dar um passo em frente numa organização de tecnologia que se pretende capacitar para ver mais longe e ter um pensamento estratégico”. Segundo Daniel Bessa, “o futuro vai ser feito de gente com uma formação tecnológica sólida e de que depois vai adquirindo competências” de gestão. A Mast3R Academia Efacec posiciona-se justamente aí.