António Laranjo, presidente da Infraestruturas de Portugal, divulgou esta quarta-feira na audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, na Assembleia da República, que as obras na Ponte 25 de Abril vão levar ao corte da faixa de ponte, no próximo ano.
Nos dias 18 e 19 de maio e 13 e 28 de outubro, o sentido norte-sul estará fechado no horário entre a meia-noite e as 7h30 da manhã, enquanto nos dias 11 e 12 de maio e 12 e 19 de outubro, será o sentido sul-norte a estar fechado. Para já não está prevista a utilização do sentido contrário para circulação nos dois sentidos.
O presidente da Infraestruturas de Portugal garante que as intervenções "não deverão afetar a normal circulação" do tráfego da ponte. As datas escolhidas ocorrem ao fim de semana para evitar maiores transtornos aos utilizadores da ponte.
A intervenção de manutenção, que está atualmente em fase de concurso, deverá durar dois anos, com intervenções diárias noturnas, entre as 2h e as 6h da manhã, com a possibilidade de fecho de uma ou duas faixas nos sentidos.
As obras na ponte que liga Lisboa a Almada estão previstas acontecer entre as 22h e as 6h, durante o período de inverno, e entre as 0h30 e as 6h, durante o verão, no sentido contrário ao maior tráfego, de forma a evitar qualquer constrangimento aos utentes.
No que toca ao tráfego ferroviário, António Laranjo recusa condicionamentos uma vez que as intervenções serão feitas entre a 1h30 e as 5h, hora em que não circulam comboios.
As obras que têm a duração de dois anos, estão previstas começar em outubro de 2018 e terminar em 2020.
"Alarme desapropriado"
António Laranjo garantiu à comissão de Economia que a intervenção na ponte não é "nem emergente, nem urgente", mas ao mesmo tempo também não é normal, principalmente por envolver quatro concursos num total que "vai além dos 22 milhões de euros".
Depois da publicação do parecer do LNE sobre a existência de fissuras na Ponte 25 de Abril, o presidente rejeitou a possibilidade de colapso da ponte, referindo que o termo "colapso" é um termo técnico. "A partir do momento que aparece uma fissura – pode ser microscópica – essa estrutura entra em colapso", explica reforçando que "não há nenhum risco de colapso da ponte" e que a IP conhece "tudo o que está a acontecer nesta ponte ao dia".
Para António Laranjo, a publicação do parecer criou um "alarme desapropriado". "Tudo isto seria normal se não tivesse havido a transmissão destas informações para a comunicação social que não está na condição de perceber esta linguagem técnica", afirmou.
"Não há um súbito agravamento, há evolução das fissuras e é nesta sequência que fazemos o planeamento da intervenção", disse ainda acrescentando que a existência de fissuras já "vêm, desde a década de 2000", logo depois das obras de alargamento e introdução da linha ferroviária que acontece um 1999.
Já em 2012 foi feita uma intervenção para reparação das fissuras e manutenção da ponte, que resultou num custo de oito milhões de euros.
Quando questionado sobre a razão para não ser a Lusoponte a avançar com investimento, António Laranjo explica que a empresa contribui com pouco mais de 2 milhões de euros ao ano para manutenção, um valor que fica aquém do gasto. "Foi decidido pelo governo de então", reforça.