O presidente da BP Portugal admite que, se for encontrado petróleo em Portugal, a empresa poderá investir nesta área. Em entrevista do “JdN” e Antena 1” Pedro Oliveira defende ainda que se deve seguir o modelo da Noruega, onde os retornos são investidos para as gerações futuras.
A 16 de maio a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu autorização para o consórcio da Eni/Galp avançar com o furo de prospeção ao largo de Alezur, na bacia do Alentejo e ao semanário “SOL” o consórcio revelou que a probabilidade de encontrar petróleo com esta pesquisa é de 20%.
Nas contas do consórcio, “a taxa de probabilidade de encontrar uma quantidade de petróleo que seja comercialmente viável é próxima de 20%”e é uma hipótese que tem por base o historial de outros projetos “offshore em que nunca foi feita exploração”.
De acordo com Pedro Oliveira, o eventual investimento da BP “depende das quantidades que venham a ser encontradas”. O responsável afirma que “a BP tem uma política muito clara. Estamos nos locais onde queremos estar com a melhor rentabilidade. Mas somos uma companhia global e estamos sempre a olhar para as boas oportunidades. Se Portugal se vier a revelar uma boa oportunidade, porque não?".
Caso haja petróleo, o presidente da BP Portugal defende que o recurso deverá ser "gerido com critério", com o seu retorno para o Estado a ter de ser "equitativamente distribuído pela sociedade portuguesa", apontando a Noruega como o modelo a seguir.
Na Noruega, os retornos do petróleo são colocados num fundo de investimento que se destina às gerações futuras do país.
Na mesma entrevista, Pedro Oliveira apontou que existem fraudes e denunciou situações de contrabando nos combustíveis em Portugal.
"Temos conhecimento de que estão a entrar combustíveis em Portugal que não cumprem as regras em termos de incorporação de biocombustíveis. Com um objetivo muito claro que é criarem uma margem de preço extra, porque não cumprem e com isso criarem concorrência desleal no mercado e profundas distorções", disse o responsável.
Segundo o presidente da BP Portugal, que sugere a criação de garantias bancárias para combater as fraudes, “a solução para resolver isto é muito simples: tem que ser exigida capacidade financeira a quem quiser estar neste mercado seriamente”.