António Costa elogiou o trabalho da GNR no salvamento das pessoas durante o incêndio de Monchique. “A GNR desempenhou uma missão que lhe estava confiada que é um missão muito delicada e muto difícil”, disse durante a sua visita a Monchique, antes da reunião de balanço com os autarcas.
Quando questionado sobre as queixas que a população tem apresentado sobre a intervenção da GNR, Costa admitiu que “pode ter havido aqui ou ali algum exagero” e remeteu para futuras investigações. “Todos nós, se tivermos o fogo na nossa casa, o primeiro apego que temos é mantermo-nos onde estamos e protegermos aquilo que temos a proteger. Agora há uma coisa que é segura: uma casa é sempre reparável com seguro ou sem seguro, uma vida humana é irreparável e a primeira missão que nós temos é salvar as vidas humanas”, disse o primeiro-ministro acrescentando que “não ter havido perda de qualquer vida humana é um bem que é absolutamente essencial”.
No entanto a população não parece concordar com o que António Costa defende. Enquanto o primeiro-ministro era entrevistado, alguns populares criticavam a postura do chefe de governo. “Salvou a vida mas matou a alma”, ouve-se quando Costa fala sobre a intervenção da GNR.
Sobre as denúncias de demora do comando nacional da Proteção Civil a assumir o controlo das operações, Costa relembrou que “por regra a Inspeção-geral da Administração Interna abre sempre um inquérito relativamente a ocorrências desta dimensão” que irá fazer o “apuramento de eventuais responsabilidades que possam existir se for o caso”.
Costa destacou ainda que este incêndio não prova que o sistema tem falhas, e garante que o facto da zona de Monchique estar sinalizada com “risco prioritário” de incêndio “levou a que fossem reforçados os meios que estavam aqui no terreno antes da ocorrência tenha existido de forma a que se pudesse responder”. “Eu chamo atenção que este não foi o primeiro incêndio que aconteceu no Algarve ao longo deste ano”, reforça.
António Costa visita agora Monchique depois de a Autoridade Nacional de Proteção Civil ter anunciado que o incêndio estava dominado. “Uma das recomendações importantes [do relatório da Comissão Técnica Independente] foi que não houvesse um excesso de representação dos agentes políticos nas fases dos incêndios por efeitos perturbadores que isso tem”, afirmou Costa justificando tanto a sua ausência como a de Marcelo Rebelo de Sousa do teatro das operações, como aconteceu em Pedrógão Grande. No entanto Costa garantiu que ambos estiveram “em contacto”.
Marcelo Rebelo de Sousa também já anunciou que irá aos concelhos afetados, apesar de não ter avançado uma data.