O principal fator que causou a propagação do incêndio de Monchique foi, para Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, as condições meteorológicas.
"Tivemos condições meteorológicas absolutamente excecionais no período em que estivemos sob alerta especial entre o dia 2 e o dia 7 de agosto. Bateram-se recordes de temperatura mais elevada, temperaturas mínimas muito elevadas”, recorda o governante numa entrevista à TVI, esta quinta-feira, referindo-se ao fim de semana em que os termómetros ultrapassaram os 40º Celsius. “Com consequências que determinaram um quadro de avaliação de risco que estava previamente identificado, que permitiu posicionamento de meios nas áreas de maior risco. Tivemos muito menos ignições do que em qualquer período comparável", acrescentou.
Sobre a polémica denunciada pelo jornal Público de que a Autoridade Nacional de Proteção Civil não tinha seguido as normas estabelecidas depois de Pedrógão, o ministro recusa que o comando nacional da Proteção Civil devesse ter assumido o controlo da operação mais cedo. A decisão teve a ver com a “dimensão de meios e a duração” do fogo, explica.
Quando confrontado com o facto de o incêndio lavrar há sete dias, Cabrita preferiu dar ênfase ao facto de que, “ao fim de sete dias, o incêndio está estabilizado sem perda de qualquer vida humana”. E o próximo passo é a avaliação dos estragos: "Mal o incêndio seja considerado como controlado, imediatamente o Governo realizará com os três municípios diretamente abrangidos o início dos trabalhos de avaliação na área das habitações com o Ministério do Ambiente, com o novo programa 'Porta de Entrada', na área da agricultura avaliando os danos de produções e de perda de animais, com o Ministério da Economia, vendo se houve danos em unidades turísticas da região, com o Ministério do Trabalho, verificando que, destas pessoas que tiveram de ser apoiadas, quantas continuarão a precisar de sê-lo, designadamente por não poderem voltar às suas situações", explicou.