O novo secretário de Estado da Modernização Administrativa, Luís Filipe Goes Pinheiro, esteve envolvido no caso vistos gold, que se encontra ainda em julgamento. O jurista e militante do PS não foi constituído arguido, mas foi ouvido como testemunha, depois de ter sido ‘apanhado’ numa das escutas.
Luís Filipe Goes Pinheiro concorreu a vários cargos dirigentes da administração pública. No início de 2014, recebeu uma chamada de António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) e arguido neste processo, que lhe disse que ia dar “uma indicaçãozinha” a seu favor a um membro da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap), explica o jornal Público.
Figueiredo estava a referir-se a Maria Antónia Anes, amiga da ministra da Justiça e também arguida neste processo. Segundo o mesmo jornal, as escutas mostram que a então secretária do Ministério da Justiça manipulou vários concursos na Cresap, passando informações privilegiadas aos amigos.
O presidente do IRN disse a Luís Filipe Goes Pinheiro que podia contar com duas “cunhitas” a seu favor no concurso para vice-presidente e para vogal da direção deste instituto, explica o Público.
Em janeiro de 2016, quando o mesmo jornal avançou com a informação e Goes Pinheiro foi nomeado chefe de gabinete do secretário de Estado do Conselho de Ministros, o agora secretário de Estado afirmou que, nos quatro concursos a que se candidatou, chegou sempre a finalista sem nunca ter contactado qualquer membro do júri. “E disse que sempre viu nos telefonemas do presidente do IRN meras conversas de cortesia, e não manobras para o favorecer”, explica o Público. “António Figueiredo soube das minhas candidaturas ao IRN por terceiros e não por mim. Nenhum destes contactos foi promovido ou estimulado por mim, sendo certo que ninguém consegue controlar aquilo que os outros lhe dizem”, acrescentou.
Goes Pinheiro foi hoje empossado secretário de de Estado da Modernização Administrativa, um posto tutelado pela ministra Maria Manuel Leitão Marques.