A GNR desmantelou uma fábrica ilegal de tabaco e a associação criminosa internacional que estará por trás do esquema, através de uma megaoperação inédita em Portugal com a colaboração da Europol. Foram detidos doze homens e uma mulher suspeitos dos crimes e apreendido tabaco suficiente para entrar no consumo de cerca de 46 milhões de cigarros, estimando-se que causavam para Portugal prejuízos fiscais de quase dez milhões de euros.
A Unidade de Ação Fiscal, através do Destacamento de Ação Fiscal de Faro, desencadeou na zona de Loulé, a operação Dynamo que resultou na detenção de 13 indivíduos, dos quais 12 homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 30 e os 65 anos, de nacionalidades polaca, ucraniana, romena, russa e portuguesa, e na apreensão do tabaco.
No âmbito de um inquérito, que decorre há cerca de meio ano, foi dado cumprimento a 14 mandados, dos quais cinco de detenção, sete de busca domiciliária, um de busca à fábrica de manufaturação ilícita de tabaco e um de busca ao armazém utilizado para o depósito da produção ilícita, destacando-se apreensões de cerca de 15 milhões e 600 mil cigarros produzidos naquela fábrica ilegal, cerca de 17 toneladas de folha de tabaco e apto para produzir cerca de 16 milhões e 800 mil cigarros.
A GNR confiscou ainda cerca de 14 toneladas de tabaco triturado, que daria para produzir 13 milhões 750 mil cigarros, cinco máquinas utilizadas na trituração de folha de tabaco, manufatura e acondicionamento do tabaco ilicitamente produzido, matérias-primas diversas utilizadas na produção ilícita, como filtros, colas, boquilhas, tubos para cigarros, cartão de maços, celofane, papel de tabaco e caixas para embalar tabaco, seis viaturas ligeiras e ainda uma arma de fogo.
Estima-se que a fraude e evasão fiscal, gerada pela produção e comercialização do tabaco produzido na referida fábrica, que tinha como destino o território acional e países da União Europeia, seja de montante superior a 9 milhões e 600 mil euros.
Esta operação, inédita em Portugal, que culminou com o desmantelamento da primeira infraestrutura de produção massificada de cigarros em Território Nacional, contou com o apoio e patrocínio da EUROPOL e com a colaboração da Polish Border Guard e da Polish Police.Envolveu ainda o empenhamento de 100 militares, da Unidade de Ação Fiscal, da Unidade de Intervenção e dos Comandos Territoriais de Beja, Évora, Faro, Portalegre e Santarém, como revelou o Comandante do Destacamento de Ação Fiscal de Faro, major Licínio Nunes.
Foram ainda constituídos dois arguidos de nacionalidade Grega, com 37 e 60 anos, suspeitos de integrarem este grupo criminoso. Um dos detidos tinha um alerta internacional para efeitos de detenção e entrega ou extradição, através do sistema Schengen.