Graças ao desenvolvimento tecnológico, não é mais necessário que o leitor faça macumba, trinque velas de aniversário ou esfregue a lâmpada de um génio para obter o que deseja. Assim o é, pelo menos, em relação à sua formação e desenvolvimento, caso o leitor assim o queira.
Na estrutura educacional mais comummente difundida, a avaliação de competências dá-se, maioritariamente, sobre a capacidade de reproduzir verbalmente, e de forma escrita, os conhecimentos transmitidos, também eles pelas mesmas vias.
Para além disso, a aprendizagem acontece num ritmo fixo e potencialmente díspar da necessidade real de cada um. Um plano de estudos pode ter, por essa razão, de relevância intermitente.
Existem infinitas combinações de percursos que oferecem a mesma experiência e conhecimento. Logo, não encontro uma razão satisfatória para que, pelo menos em complementaridade, não definamos apenas o conteúdo, mas também a forma do nosso processo de desenvolvimento.
Com o nível de difusão de informação dos dias de hoje, aquilo que era objeto de desejo há uns anos – aprender quando, como e o que se quiser – é uma realidade que ultrapassa as limitações do sistema, qualquer que seja a sua estrutura.
Reina a liberdade para tomarmos as rédeas da pessoa em que nos tornamos, sermos autónomos, conscientes e gerarmos um sentido na nossa vida, medido apenas pela também nossa capacidade de superar as metas autopropostas.
Todavia, nem tudo é entregue de bandeja. O conhecimento reparte-se por dimensões diferentes, podendo ser algo restrito e de difícil acesso. Apesar de temporariamente inacessível, nenhum escapa à experiência, cuja variedade facilita uma perspetiva multidimensional, qualquer que seja o desafio.
Porém, considero que diferentes importâncias de conhecimento são extraídas por diferentes vias. Exemplo disso é a condução. Primeiramente aprende-se o código por via da leitura e audição. Posteriormente, inicia-se a demanda pelo domínio de um veículo e, em especial, da embraiagem.
Por mais dissertações que o leitor estude, essa capacidade provém da tentativa e erro, e não se pode partilhar tal conhecimento de forma a que, do zero, alguém domine a dita como se o tivesse feito a vida toda. Por fim, o leitor passeia-se pelas estradas de Portugal, consciente de que a forma como conduziu nas primeiras semanas é certamente diferente dos dias de hoje, e as experiências dos demais em pouco mudam a adaptação ao volante.
A tecnologia oferece-nos matéria prima útil para a construção e desenvolvimento do ser. Contudo, tal poder requer uma responsabilidade e integridade ajustadas.
Nunca o leitor pode chegar tão rápido, tão longe. Em tempo algum da história a paciência, pensamento crítico e ação foram tão recompensados como o podem ser hoje, caso decida aproveitar. Hoje, os génios das lâmpadas, forçosamente reformados pela internet, procuraram alternativas profissionais, mas o leitor pode alcançar o que sonha. O seu desejo está a uma iniciativa de se concretizar. Materialize-o a seu favor.