A direção do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do Aeroporto de Lisboa demitiu-se esta segunda-feira. A decisão foi tomada depois de a Polícia Judiciária ter anunciado a detenção de três agentes do SEF suspeitos de homicídio, avançou o Público.
Esta segunda-feira foram detidos três inspetores do SEF por suspeitas do homicídio de um homem ucraniano no aeroporto de Lisboa. Em comunicado, a Polícia Judiciária refere que os três inspetores serão presentes a primeiro interrogatório para ficarem a conhecer as respetivas medidas de coação.
Segundo a PJ, o cidadão ucraniano terá desembarcado em Lisboa no dia 10 de março, vindo da Turquia. O SEF bloqueou a entrada deste homem logo no aeroporto e preparava-se para o obrigar a regressar à Turquia no voo seguinte. No entanto, o homem terá resistido e insistido para entrar em território português. Segundo a TVI24, o cidadão ucraniano foi levado para uma sala de assistência médica, onde terá sido torturado pelos agentes do SEF, que o agrediram até à morte. "A investigação apurou que serão os presumíveis responsáveis pela morte de um homem de nacionalidade ucraniana, de 40 anos, que tentara entrar, ilegalmente, por via aérea, em território nacional", refere a PJ, acrescentando que "os factos foram cometidos nas instalações do Centro de Instalação Temporária, no aeroporto de Lisboa, no passado dia 12, após a vítima ter supostamente provocado alguns distúrbios no local".
Os registos da Polícia Judiciária (PJ) indicam que o homem só foi encontrado no dia seguinte – estava deitado no chão, de barriga para baixo. Além disso, os agentes do SEF nunca chamaram a PJ. Agora, o alegado crime está sob investigação, estando a PJ a analisar as imagens de videovigilância dos acessos à sala onde o cidadão ucraniano foi encontrado sem vida.