Sara Furtado, acusada de homicídio qualificado na forma tentada, confessou, esta quarta-feira, em tribunal, que abandonou o filho recém-nascido num ecoponto em Lisboa e alegou que tinha a intenção de que o bebé fosse encontrado.
Segundo o Jornal de Notícias, a arguida contrariou a acusação do Ministério Público e disse que não deitou o bebé no ecoponto para se desfazer dele. Emocionada, Sara Furtado disse que tinha “vergonha” e “medo” de ter um filho e viver na rua.
Questionada sobre a razão pela qual colocou o bebé num ecoponto fechado, uma vez que queria que este fosse encontrado, a arguida disse que "acreditava" que a criança fosse encontrada desta forma.
"Eu queria ter o filho quando soube que estava grávida, aos sete meses de gravidez, mas esperei que as coisas melhorassem para o poder criar", disse Sara Furtado, citada pelo mesmo jornal, admitindo, no entanto, que nada fez para melhorar as condições de vida entre o período em que soube que estava grávida e o parto.
Recorde-se que a acusação do Ministério Público (MP) diz que Sara Furtado, cabo-verdiana, na altura com 22 anos, terá dado à luz na madrugada de 3 de novembro de 2019 e abandonou o bebé, depois de dar à luz, num ecoponto junto a uma discoteca na zona de Santa Apolónia, onde viria a ser encontrado por um sem-abrigo.
A mãe da arguida esteve em tribunal, mas recusou-se a testemunhar. Após ser questionada pelo Jornal de Notícias sobre se deu entrada com algum pedido para ficar com a guarda do neto, não comentou.