Um atraso na notificação de casos na região Norte motivou ontem um acerto no boletim da DGS. Dos 7497 casos reportados no país, 3570 eram, na realidade, casos reportados nos últimos dias na região Norte e que não foram notificados à Direção-Geral da Saúde. Com esta correção, a situação epidemiológica na região Norte destaca-se ainda mais do resto do país. Calculando a incidência acumulativa a 14 dias, que no último fim de semana foi usada pelo Governo para definir medidas para os concelhos de maior risco, percebe-se que a região regista agora uma incidência mais de três vezes superior ao patamar de maior risco, dos 240 casos por 100 mil habitantes. Com quase 30 mil casos reportados nos últimos 14 dias, a região Norte regista agora uma incidência cumulativa a duas semanas de 839 casos por 100 mil habitantes. Na região de Lisboa foram reportados nas últimas duas semanas 13 791 novos casos. A incidência a 14 dias situa-se nos 375 casos por 100 mil habitantes. A nível nacional, a incidência a 14 dias, que na última sexta-feira passou o patamar dos 400 casos por 100 mil habitantes, situa-se agora nos 492 casos por 100 mil habitantes.
A DGS não atualizou ainda os dados por concelho nem revelou as incidências cumulativas, sendo apenas conhecido que há 121 concelhos acima do patamar dos 240 casos por 100 mil habitantes. Os concelhos com maior incidência situavam-se, na semana passada, na região Norte, muito acima deste valor. O i tentou perceber junto da tutela se, dada esta evolução, o Governo manterá a autorização de realização de feiras nos concelhos mais afetados, não tendo tido resposta. No verão, quando foi decretado o estado de calamidade na Área Metropolitana de Lisboa a realização de feiras e mercados esteve proibida.