A Polícia de Segurança Pública (PSP) vai destruir, através do Departamento de Armas e Explosivos, mais de 13500 armas na 2.ª operação de destruição de armas de 2020. Desta vez, vai fazer para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se celebra hoje. Tal deve-se ao facto de, nos últimos três anos, terem sido registadas mais de 300 ocorrências de violência doméstica com armas de fogo.
Esta data celebra-se anualmente “com o intuito de alertar para este tão grave problema que atinge as mulheres, tanto em sua casa como no local de trabalho, psicológica ou fisicamente”, pode ler-se no site oficial do Centro de Informação Europeia Jacques Delors.
Em comunicado enviado, a PSP mencionou que, durante o ano corrente, apreendeu 192 armas de fogo, referindo igualmente que que entre os anos de 2017 e 2019 registou 309 ocorrências de violência doméstica com armas de fogo. Importa mencionar que, em 74 destas, houve uso efetivo da arma por parte do agressor. Por outro lado, no ano passado, registaram-se 108 crimes de violência doméstica com recurso a arma de fogo e, em 22 deles, deu-se o recurso ativo ou passivo deste armamento. Esta destruição decorrerá hoje, na Maia, distrito do Porto, a partir das 10h30. Deste modo, a PSP “volta a superar a barreira anual das 30 mil armas destruídas”.
“A violência doméstica merece especial e constante empenho” na deteção, sinalização ou encaminhamento e apoio às vítimas, escreveu a autoridade, realçando que se encontra consciente “do impacto social deste crime e, mais importante, da relevância de mostrar claramente a rejeição que merece por parte de toda a sociedade portuguesa”. A PSP destacou que as armas que serão destruídas foram declaradas perdidas a favor do Estado, no contexto de processos crime e processos de contraordenação ou administrativos, porém, existem 7279 casos de entrega voluntária de armas.