Se novembro e dezembro já foram meses com recordes de casos diagnosticados em idosos, um aumento de incidência que acompanhou a subida da mortalidade, os diagnósticos nos primeiros dias do ano voltam a mostrar um peso significativo da infeção na população mais velha. Os boletins da DGS, que o i analisou, mostram que nos primeiros 11 dias do ano foram diagnosticados 11 543 novos casos em idosos com 70 ou mais anos. São 5117 casos entre septuagenários e 6426 idosos com 80 ou mais anos, o grupo etário de maior risco. Representaram 15% dos novos casos diagnosticados no país, em dias que bateram recordes de novas infeções. Em novembro e dezembro registaram-se perto de 20 mil novos casos em idosos. Em dezembro, no entanto, com uma descida mais forte nos diagnósticos em grupos etários mais jovens, o peso das infeções entre idosos subiu para 16%.
No início da epidemia chegaram a representar um quarto dos casos, mas na altura havia muito menos infeções, o que ajuda a perceber a escalada na mortalidade que se viveu e que tenderá a agravar mantendo-se o aumento de casos pelo menos ao longo das próximas duas semanas, a projeção feita na reunião no Infarmed.
Na referida reunião não houve nenhuma apresentação específica sobre os lares. O epidemiologista Henrique Barros chamou a atenção de que este grupo é a “locomotiva da mortalidade e já está naturalmente confinado”. O especialista indicou que nos primeiros dias do ano tinha havido 3 mil novos casos em idosos com mais de 80 anos, o que faz prever 600 mortes. No entanto, com os dados de ontem, já são 6 mil casos neste grupo etário, o dobro. Usando a mesma base, entre os idosos diagnosticados nos primeiros 11 dias do ano poderão registar-se 1200 mortes.