A viúva do embaixador italiano morto a tiro na República Democrática do Congo (RDCongo) afirmou ao jornal Il Messagero que o seu marido foi "traído" por alguém "próximo da família".
Segundo as declarações, esta sexta-feira publicadas, a viúva, Zakia Seddiki, afirma que o diplomata "foi traído por alguém próximo de nós, próximo da nossa família". "Alguém que sabia do seu paradeiro falou, vendeu-o e traiu-o", disse.
O embaixador italiano Luca Attanasio, de 43 anos, e o seu guarda-costas, Vittorio Iacovacci, foram assassinados na segunda-feira durante um ataque armado contra o comboio humanitário do Programa Alimentar Mundial, perto da fronteira com o Ruanda. O motorista que os acompanhava, Moustapha Milambo, também morreu no ataque.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Luigi di Maio, pediu ao PAM e à ONU "respostas claras e exaustivas" de modo a que "se faça luz sobre o que se passou". Também o Ministério Público abriu uma investigação por "rapto de pessoas para fins terroristas".
O governo da RDCongo responsabilizam os rebeldes das Forças Democráticas pela Libertação do Ruanda (FDLR) pelo ataque. O FDLR é um grupo extremista hutu formado por génocidaires, ou veteranos do genocídio do Ruanda – em que cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram massacrados, em 1994 –, que fugiram após a queda do regimo. No entanto, a organização já negou qualquer envolvimento no ataque.