A Câmara Municipal de Lisboa anunciou, esta quarta-feira, que a receção ao plantel do Sporting, no próximo dia 20 de maio, irá decorrer numa cerimónia sem adeptos. A decisão foi revelada pela autarquia num comunicado, em que lamenta "os acontecimentos e imagens de violência da noite passada".
"Tendo em conta os acontecimentos da noite passada, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu alterar os moldes em que se vai processar a receção e homenagem nos Paços do Concelho ao campeão nacional de futebol", lê-se. “No próximo dia 20 de maio, e ao contrário do que é tradição, não será permitida a presença de adeptos na Praça do Município, bem como nas Praças e Ruas adjacentes, estando a cerimónia reservada a convidados e atletas do Sporting Clube de Portugal (em especial das escolas do Sporting), bem como aos órgãos de comunicação social. Os adeptos poderão assim acompanhar a cerimónia pela televisão”, revela a nota, que destaca que “esse sim” é um evento organizado pela autarquia.
Na mesma nota, a Câmara de Lisboa esclarece ainda os contornos da organização dos festejos sportinguistas.
A autarquia recorda que “é tradição dos clubes da cidade organizar festejos na praça Marquês de Pombal” e que, apesar do contexto de pandemia que ainda vivemos, “essa aglomeração espontânea de pessoas era muito provável, como se já se viu em Amesterdão, Milão e Manchester, e colocava particulares desafios ao clube campeão e às autoridades de saúde e forças de segurança”, não estando em vigor qualquer limitação horária ou à circulação.
No entanto, a autarquia liderada por Fernando Medina sublinha que nas reuniões preparatórias do evento “a preocupação de todos os presentes foi diminuir o previsível afluxo de pessoas a um ponto único: a praça do Marquês de Pombal” e, por isso, se decidiu “levar os jogadores num autocarro aberto, em contacto com os adeptos ao longo de um percurso de seis quilómetros entre o estádio e o Marquês de Pombal”.
“É também desta preocupação que nasce a decisão de não permitir a montagem de um palco, ao contrário do que sempre aconteceu em anos anteriores, na praça Marquês de Pombal”, destaca. “Tentou-se, desta forma, garantir a presença mais espaçada e dos adeptos ao longo de um percurso extenso, reduzindo a aglomeração de adeptos num único local e diminuindo o potencial risco para a saúde pública”, acrescenta.
A Câmara de Lisboa refere ainda que “recebeu comunicação de manifestação junto ao estádio de Alvalade”, que remeteu, “conforme a lei”, para a PSP. “Refira-se que o direito de manifestação não está (e não pode estar) sujeito, nos termos da Constituição, a qualquer autorização ou condicionamento por parte das Câmaras Municipais”, justificam.