Um relatório da organização antifascista Hope Not Hate e do Antisemitism Policy Trust revela que a violência sexual está a ser promovida pela extrema-direita britânica. Grupos em redes sociais gozam com a violação e entendem o feminismo como uma “guerra contra os homens”, diz o estudo.
Os investigadores descobriram que os comentários pró-violação não eram “incomuns” neste espectro político, que criou raízes que endossam a violência sexual. O estudo analisou a misoginia e também canais antifeministas no Telegram – uma aplicação de mensagens – descobrindo assim que a agressão sexual era “um tema proeminente”.
"A extrema-direita antissemita online está a explorar a misoginia e o antifeminismo de uma forma nova e a forjar ligações, o que significa que esta sobreposição é uma área de investigação cada vez mais urgente", diz o relatório, citado pelo The Guardian.
Elementos da extrema-direita também enquadraram o feminismo como sendo parte de um esquema judeu que servia de justificação para explicar as suas queixas, incluindo uma perceção de uma "guerra contra os homens". Alguns destes elementos são, por exemplo, Tor Gustafsson Brookes – conhecido como Catboy – um indivíduo que ganhou alguma relevância pelas suas atitudes misóginas e racistas, incluindo gozar com a morte de George Floyd – o afroamericano morto pelo antigo agente da polícia de Minneapolis Derek Chauvin. Catboy faz parte de um grupo no Telegram que conta com mais de 10.000 membros e que recebeu mais de 4 milhões de mensagens em pouco mais de um ano – mensagens essas que incluíam “piadas” sobre violação.
Foram, também no Telegram, examinados 73 grupos ingleses de extrema-direita, na qual foram detetadas palavras-chave em mais de 85.000 mensagens: “violação” estava entre as mais comuns.