O músico Paul McCartney revelou a causa da separação dos Beatles em 1970. Segundo o elemento da banda, John Lennon foi o responsável por instigar a separação do grupo.
Esta revelação irá aparecer no próximo episódio de This Cultural Life, um programa da BBC Radio 4, que vai ser transmitido no dia 23 de outubro, no qual falará sobre aquele que terá sido o momento mais difícil da sua vida.
O desabafo foi desencadeado pelo entrevistador, que lhe perguntou por que Paul tinha decidido avançar com uma carreira a solo. “Pare já por aí!”, interrompeu o cantautor, acabando por detalhar o que terá ocorrido.
“Oh não, não, não, o John entrou um dia numa sala e disse que ‘vou deixar os Beatles'”, contou McCartney. “E ele disse: ‘É bastante emocionante, é um pouco como um divórcio’. E depois deixou-nos a apanhar os cacos”, assinalou McCartney.
“Não fui eu que instiguei a separação. Foi o nosso Johnny”, afirmou. “Esta era a minha banda, este era o meu trabalho, esta era a minha vida, por isso eu queria que continuasse”.
E a banda teria continuado se Lennon não tivesse ido embora. “Achava que estávamos a fazer coisas muito boas: [os álbuns] Abbey Road, Let It Be”, admitiu o músico.
Após Lennon anunciar a sua vontade de sair, os restantes membros do grupo foram aconselhados, segundo contou McCartney, pelo seu novo empresário, Allen Klein, a esconder o grande segredo da separação.
“Por isso, durante alguns meses, tivemos de fingir”, explicou McCartney. “Foi estranho porque todos sabíamos que era o fim dos Beatles, mas não podíamos simplesmente ir embora”.
Estas afirmações de McCartney contrariam as razões que o próprio Lennon apontou, numa entrevista à Rolling Stone, realizada em 1971, mas apenas publicada em 2009, onde o cantor sugeriu que Paul McCartney e George Harrison o magoaram e à mulher Yoko Ono também.
“Nunca os perdoarei”, frisou Lennon, ao dizer que “eles desprezavam-na…”. “Parecia que tinha que escolher entre estar feliz casado com eles ou com a Yoko. E escolhi a Yoko”.
Todavia, John Lennon, que viria a ser assassinado a 8 de dezembro de 1980, em Nova Iorque, chegou a acusar McCartney de querer ser o líder do grupo e que os restantes membros não lidavam bem com a situação. “Estávamos fartos de ser a sombra do Paul”, afirmou Lennon.