Covid-19. França restringe viagens para o Reino Unido

Só deslocações consideradas essenciais serão permitidas. É uma “martelada na época natalícia”, lamenta empresa de ferries.

França vai endurecer as medidas para conter a disseminação da nova variante da covid-19, a Omicron – entre outras decisões, todas as viagens de ou para o Reino Unido sem um objetivo essencial estarão interditas.

O governo francês declarou que a validade dos testes à covid-19 para viajar do Reino Unido para França será reduzida de 48 horas para 24 horas e os motivos da viagem serão “limitados aos residentes (franceses) e às suas famílias”, disse o porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, aos meios de comunicação franceses BFMTV e RMC, anunciando ainda que viagens de cariz turístico ou de negócios serão “limitadas”.

“É necessário uma razão essencial para viajar para o Reino Unido ou para um britânico entrar em França, vacinado ou não”, pode ler-se num comunicado divulgado pelo governo.

As razões essenciais que permitirão aos cidadãos oriundos do que pretendam entrar em França resumem-se a emergências médicas, missões diplomáticas, transporte de profissionais, entrada de profissionais de saúde, familiares com a devida documentação e identificação e todos aqueles que provarem que a sua viagem é “economicamente necessária”.

Além destas restrições ainda será necessário realizar um confinamento à chegada ao país, num local que os viajantes “vão escolher para sete dias, com controlo das forças de segurança”, mas que pode ser “levantado após 48 horas” se o teste realizado à chegada a França for negativo.

“Será necessário registar-se num sistema que irá gerar uma ordem local de isolamento”, explicou o porta-voz.

Apesar deste apertar das medidas, o governo francês irá abrir uma exceção para os cidadãos franceses no Reino Unido que pretendam regressar ao seu país natal, não precisando de demonstrar uma razão essencial para realizar a viagem. Contudo, estes serão alvos de “restrições extra sobre os seus movimentos”, reportou o Al Jazeera.

“Todas as pessoas terão de realizar um teste PCR antes de abandonarem o Reino Unido e terão que realizar outro assim que chegarem a França”, mas, mesmo assim, serão obrigados a realizar uma quarentena.

“O tempo da quarentena irá depender se estão ou não vacinados”, informou o meio de comunicação.

O objetivo desse “controlo ainda mais drástico que o que existe hoje” para os viajantes do Reino Unido é “retardar ao máximo a chegada de casos da variante Omicron ao nosso país, enquanto vacinamos as pessoas com doses de reforço”, explicou o porta-voz do Governo.

“Isto permite estreitar ainda mais a malha da rede para abrandar ao máximo” a sua propagação, insistiu Attal.

Em França foram detetados 240 casos da nova variante, mas “provavelmente há mais”, acrescentou Attal.

Estas medidas poderão ter um impacto na economia dos dois países. Apesar de o ministro dos transportes britânicos, Grant Shapps, ter confirmado no Twitter que as restrições não se aplicam a camionistas, a empresa francesa de transportes marítimos, Brittany Ferries, descreveu estas medidas como uma “martelada na época natalícia”.