O número de dormidas em Alojamento Local (AL) representa cerca de 40% do total de dormidas em território nacional em 2019, de acordo com os dados do INE e do EUROSTAT combinados, um número que será superior em alguns dos destinos nacionais como Lisboa e Porto. Esta é uma das conclusões de estudo realizado para Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) pela NOVA SBE.
De acordo com o documento, em 2019, os turistas que se hospedaram em Alojamento Local gastaram mais de 8 mil milhões de euros na economia portuguesa, o que correspondeu a mais de 8,5% das exportações totais de bens e serviços e cerca de 3,8% do PIB. “Para 2022 ainda não foram disponibilizados valores do turismo recetor pelo INE, mas os valores adiantados pelo Governo apontam para um ano ainda melhor do que 2022 em termos de receitas”, salienta.
O estudo lembra, no entanto, que as despesas dos turistas com o alojamento só correspondem, em média, a 26% do total dos seus gastos. “Ou seja, sem o alojamento local, há o risco de se perder o rendimento associado ao AL, mas também os restantes 74% que é despendido por estes turistas noutros produtos e serviços, nomeadamente 5,8 mil milhões de euros de gastos em restauração e bebidas, 4,2 mil milhões de euros de gastos em transportes, onde a TAP é um dos grandes beneficiários. Acrescem as despesas em supermercados, as margens comerciais, os 500 milhões de euros gastos em operadores turísticos diversos, serviços culturais e recreação e lazer”.
O documento refere também que na ausência deste mercado e perante o crescimento de uma taxa de ocupação dos hotéis de 15% ao longo do ano, para valores nunca vistos em termos anuais, mais de 23 milhões de dormidas ficariam sem ocorrer. “Em termos diretos, a perda destas dormidas significaria também perder 4,7 mil milhões de euros das despesas dos turistas, o que corresponde à destruição de 2,2% do PIB nacional”.
E salienta: “Outra forma de perceber a atual relevância do AL em Portugal passa por estimar o número de hotéis que seria necessário construir a fim de substituir a capacidade de alojamento do AL: seriam precisos 1030 novos hotéis, dos quais 168 no Porto, 169 no Algarve e mais 211 hotéis na cidade de Lisboa”.