Começando pela Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, sinto que já presenciámos um pouco de tudo, diria que tudo junto dá uma boa dose de entretenimento para um serão de domingo à tarde, aliás, deixo aqui a minha sugestão para os membros do governo e do PS, com a quantidade de casos e casinhos, polémicas e histórias que se sucederam desde o começo deste governo maioritário fizessem uma série cujo título proponho que seja algo parecido com “Rota de Colisão”.
Ironias à parte, e se utilizarmos a analogia da aviação para analisar este caso, descolámos com Alexandra Reis e a sua indemnização quase milionária, depois seguimos, com alguma turbulência, para João Galamba, Frederico Pinheiro e Eugénia Correia (chefe de gabinete de João Galamba), onde cada um conta uma versão da história, fazendo passar duas ideias: a primeira é que qualquer integrante daquele ministério conseguiria criar um bom enredo para uma série ou filme com drama. A segunda é que o caos no Partido Socialista é de tal ordem que já nem internamente, dentro do governo e dos gabinetes se conseguem entender uns com os outros, só me apraz dizer, senhoras e senhores passageiros temos o nosso primeiro motor inoperacional!
Como se um motor não bastasse, temos a suspeita de mentira por parte de João Galamba à Comissão de Inquérito, que já colocava o “avião” com bastante turbulência, no entanto, no passado dia 10 de Junho tivemos uma falha definitiva num segundo motor, primeiro porque se conseguiu presenciar o cansaço e a falta de paciência que os portugueses já começam a acusar relativamente a António Costa, ao PS e a todas as polémicas por eles criadas, já para não falar do facto de o próprio Ministro das Infraestruturas ter sido vaiado aquando da sua chegada ao recinto da festa do 10 de Junho, sendo que os populares que lá estavam pediam a sua demissão.
Agora num passado mais recente, na audição do Ex-Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, o próprio admitiu que as suas célebres declarações a respeito do voo da TAP a sair de Moçambique, onde viria o Sr. Presidente da República foram, e citando o próprio foram “Uma opinião infeliz”, errar é humano, como é lógico, no entanto quando se exerce cargos de natureza governativa há que ter muito em conta o peso das nossas palavras, qualquer bom político tem consciência disso! Contas feitas, é com alguma preocupação que alerto as Sras. e Srs. passageiros que apenas nos encontramos com dois motores a funcionar na nossa aeronave…
Para além disto, ainda no próprio dia 10 de Junho, António Costa e o Governo foram surpreendidos com uma manifestação de professores, com cartazes infelizes é certo, no entanto não era uma manifestação sem sentido, mas o PM, ao invés de dialogar e tentar encontrar soluções, aproveitou o evento para duas coisas, mostrar o respeito que tem para com os professores, mandando calar um professor que, apesar de ter algum tom provocatório, estava a exercer a sua liberdade de expressão, mostrando quem efetivamente são os pilares da escola, os professores! Com isto perdemos o nosso terceiro motor, tendo apenas um motor operacional, podendo chamar a este motor, António Costa.
Resolvi chamar a este último motor António Costa pelo facto de ser o resistente, o forte, o inabalável apesar das circunstâncias, apesar da falha dos outros “motores”, este último continua em funcionamento, no entanto não se mostra suficientemente bom para nos garantir uma comodidade e segurança para mantermos o voo do governo a funcionar , pelo que o nosso avião entrará em rota de colisão.