Gira Discos

Aquilo que era por isso considerado um estilo mais alternativo, para nichos de pessoas que gostam de temas mais fortes criou uma divisão muito própria que arrasta autenticas multidões e se tem tornado um fenómeno de bilheteira um pouco por toda a parte.

Vivemos num tempo em que gostamos de colocar tudo em caixinhas, de compartimentar e segmentar. Também a música passa por esse processo e a eletrónica é hoje subdividida em diversas categorias. Se no princípio tínhamos apenas a dance music, daí derivou a House que todos conhecem e que se assume como o grande género do entretenimento noturno, muito por culpa das suas batidas repetitivas 4 por 4 com tempos que variam entre os 115 e os 130 bpm ( batidas por minuto ) e que por isso mesmo se tornam muito fáceis de dançar. Com a evolução das sonoridades sentiu-se necessidade de dividi-las para que se tornassem mais facilmente pesquisáveis. Do Bass ao Deep, do Indie Dance ao Techno, do Eletro ao Jackin, Minimal, Progressive, Tech, Trance, enfim, um sem número de nomes que tantas vezes se confundem entre si e que tantas vezes geram dúvidas sobre como catalogar este ou aquele tema. No meio destes ou dentro, conforme a perspetiva, surgiram o Afro House que como o nome indica tem como raiz as sonoridades africanas e o Melodic House que consiste basicamente na combinação do House com elementos étnicos e instrumentos como o piano e a guitarra para lhe dar um toque mais melódico e emocional.

Ora são estes elementos diferentes, mais suaves ao ouvido que transformaram nos últimos anos aquilo que eram considerados sons mais alternativos num autêntico efeito mainstream, ouvido um pouco por toda a parte e que ajudaram a recuperar a força de locais como Ibiza, autênticas catedrais da música. Em Portugal esse efeito faz-se sentir cada vez com mais força e explodiu autenticamente neste último ano, impulsionado por produtoras independentes e que resvalou para todo e qualquer espaço, dos Beach Clubs na Caparica até às discotecas bling bling do Algarve. Não há sítio onde entre que não passe uma música do dj sul-africano Black Coffee ou dos alemães Keinemusik entre muitos outros. Aquilo que era por isso considerado um estilo mais alternativo, para nichos de pessoas que gostam de temas mais fortes criou uma divisão muito própria que arrasta autenticas multidões e se tem tornado um fenómeno de bilheteira um pouco por toda a parte.

Disso são ótimos exemplos as atuações de Black Coffee para cerca de 10 mil pessoas na FIL em Lisboa ou de Keinemusik na Margem Sul para mais de 6 mil. Deixo-vos assim alguns links que fizeram furor este Verão e que voltam a juntar na mesma pista quem vai para ouvir música e quem procura apenas socializar, ouvindo algo que não lhes fira os ouvidos. Desde a recuperação de Rapture em formato ‘sei o que fizeste no verão passado’ do referido Dj africano em parceria com &ME ao mais recente Movede Adam Port ( parte do coletivo alemão ) passando por Like a Dream de Adriatique, Kiss me Har dos WhoMadeWho ou Miracle dos mesmos autores em conjunto com Adriatique, Pinie de Sebastien Leger, Your Voice de Adam Port ou What to do de Guy Gerber. Estas dão para bater o pé até com os olhos fechados.