O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse na Assembleia Plenária dos bispos, esta segunda-feira, que “ninguém pode pagar ou anular os dramas do passado”, referindo-se aos abusos sexuais no seio da igreja.
“Temos consciência de que a realidade dos abusos sexuais e os dramas das vítimas que causaram não deixou indiferente nem a Igreja nem a sociedade”, começou por dizer D. José Ornelas sobre o tema, destacando o trabalho de várias estruturas e do Grupo VITA.
O bispo de Leiria e Fátima considera que o processo de atribuição de compensações financeiras faz parte do caminho que a Igreja de “ir ao encontro pessoal de cada uma das vítimas”.
“Sabendo que ninguém pode pagar ou anular os dramas do passado, queremos que este seja um passo importante para o reconhecimento do mal que lhes foi infligido e de pedido de perdão, que contribuam para sarar feridas e afirmar a dignidade, contra a qual nunca alguém devia ter atentado”, sublinhou.
O presidente da CEP prometeu que a questão dos abusos sexuais cometidos no seio da Igreja “não pode, não deve e não terá uma volta atrás”. E defendeu que é preciso “manter a atenção constante ao sofrimento das vítimas e a firmeza na formação e na prevenção, bem como na clareza e determinação no tratamento de eventuais casos futuros”.