No presente, a agitação política e ideológica, os resultados eleitorais, o sobressalto e agitação do sistema e até popular, que não se via com esta dimensão desde a década de sessenta e setenta, tornam legitimo afirmar que há algo de profundamente revolucionário em curso, e vem da direita que não a produzida pelo sistema.
As mudanças de um sistema económico liberal, deformação ou inevitável desenvolvimento é discutível, o predomínio societal do progressismo, surgido sobre as ruínas da esquerda defensora das classes baixas, resultaram num modelo ideológico considerado irrecusável, assente na destruição das soberanias nacionais e de modelos económicos locais, dos serviços públicos, das identidades nacionais e culturais. Um novo poder, outro modelo económico, global, com grandes implicações sociais, a ideia que as relações são apenas jurídicas e os valores e a ética são opressivos, uma nova elite progressista que dita as normas sociais, fechada no seu mundo privado, alterou o ocidente. Mas começam a surgir sinais do que parecia impensável, uma revolução legitima e justificada contra as insubstituíveis autointituladas democracias liberais. Afinal o mundo não é cada vez melhor e este modelo, o ideal e insubstituível, não presta. Trata-se de uma revolução, porque é portadora de uma exigência disruptiva de alterações profundas e radicais no plano político, económico, societal e moral. A outra novidade é que os novos revolucionários são de direita. Uma direita que perdeu o complexo de ser de direita e quebrou as amarras mágicas do ‘és de direita, és democraticamente inferior e deves ser humilhado. És fascista, extremista, etc.’.
Uma revolução implica choques significativos na economia, nos valores e na cultura. Nos EUA e em países europeus é bem visível, por exemplo, essa contra-revolução cultural, no confronto com os territórios controlados pelo sistema vigente e o seu pensamento único camuflado de defensor da pluralidade, como acontece com uma parte significativa dos média, da intelectualidade, do sistema educativo e até jurídico.
Em países como Portugal, imobilistas até no século XXI, esta revolução para se consolidar tem de aprender com os exemplos de sucesso. Um dos nomes a seguir é o de Christopher Rufo e o seu trabalho de resgatar as instituições subvertidas pelo progressismo (que é uma deformação do progresso) herdeiro das visões totalitárias do mundo. Pensemos no viés ideológico vergonhoso dos média do sistema, e até na contaminação progressista da educação e da justiça pelas teorias manicomiais da raça, do género, da rescrição da história, da delitização da opinião e do pensamento não conforme à doutrina progressista e nas prioridades da visão económica das elites globalistas.
Rufo refere a importância de se imporem novas ideias, novas plataformas, novas campanhas, novas políticas, novos grupos de reflexão, novos programas educacionais e novas universidades e o apelo a que cada um preste esse dever cívico de contribuir para essa revolução e saia do sofá. Os mais talentosos e motivados terão de ser recrutados e assumir posições de liderança, seja na política, nos média, na justiça, na educação, na cultura, de modo a enquadrar e dar uma esperança objetiva à revolta e desespero do cidadão comum.
No século XXI só a nova direita é revolucionária
Começam a surgir sinais do que parecia impensável, uma revolução legitima e justificada contra as insubstituíveis autointituladas democracias liberais.