BCE corta taxas de juro e prevê que recuperação económica “mais lenta”

Instituição liderada por Christine Lagarde anunciou nova redução das suas três taxas de juro diretoras

A recuperação económica na zona euro será “mais lenta” do que o projetado em setembro. O Banco Central Europeu (BCE), em comunicado divulgado esta quinta-feira, prevê agora um crescimento de 0,7% este ano, 1,1% em 2025 e 1,4% em 2026.

As projeções comparam com um crescimento de 0,8% em 2024, 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026 estimado em setembro. O BCE inclui agora uma estimativa para 2027, de um crescimento de 1,3%.

No comunicado desta quinta-feira, o BCE destaca que “não obstante a recuperação do crescimento no terceiro trimestre deste ano, os indicadores de inquéritos apontam para um abrandamento no trimestre atual”.

“A recuperação projetada assenta principalmente na subida dos rendimentos reais — que deverá permitir às famílias consumir mais — e no aumento do investimento das empresas”, explica a nota. 

O banco liderado por Christine Lagarde destaca que, “com o tempo, o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva deverá apoiar a retoma da procura interna”.

Também hoje o BCE reviu em baixa as previsões para a inflação na zona euro, estimando uma  taxa de 2,4% este ano e de 2,1% em 2025. Em 2025 ficará abaixo da meta dos 2%. 

“Os especialistas do Eurosistema projetam que a inflação global se situe, em média, em 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027, ano em que passa a estar operacional o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia alargado”, refere um comunicado divulgado esta quinta-feira.

O BCE projeta para a inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como os produtos energéticos e os produtos alimentares, uma média de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027.

A inflação desceu ligeiramente, mas “permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação”, salienta o BCE.

Esta quinta-feira foi também o dia em que a instituição liderada por Christine Lagarde anunciou a decisão de reduzir as suas três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, naquele que foi o quarto corte deste ano.

As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 3,00%, 3,15% e 3,40%.