A hora dos europeus

A cena com a Colômbia e o Brasil, a propósito da devolução ao remetente do lixo invasor, deu para perceber o que virá.

Trump e Putin são ‘o mesmo’, na natureza e nos objetivos. A operarem em sociedades que são diferentes, com História e regras diferentes. E métodos diferentes. Métodos mesmo assim não tão diferentes, dependendo do terreno, da geografia, como em breve se verá (Israel já tem as bombas de 900 kilos).
A boa vida, os empregos chorudos dos senhores de Bruxelas, estão a acabar. (E agora também a pose de António Costa, pornográfica para quem lhe conhece as ambições, a esperteza e as obras.). A União vai esfrangalhar-se. Trump virá pescar à linha. Repare-se que convidou para a posse Ventura, não Montenegro e Leitão. A União adormeceu uma Europa que nunca mais largou a bengala america, que Trump agora lhe vai partir na cabeça.
A cena com a Colômbia e o Brasil, a propósito da devolução ao remetente do lixo invasor, deu para perceber o que virá.

  1. Michel Rocard, então uma figura política singular, que foi secretário-geral do PSF e primeiro-ministro de Miterrand (com quem nunca teve relações pessoais…), na última entrevista que deu antes de partir (Le Point, 7 de 2016) fez observações certeiras e previsões proféticas sobre as instituições europeias, os líderes que havia e se prefiguravam e o futuro da Europa:
    «Esta Europa será cada vez menos uma entidade política. (…) Esta Europa da União não tem dirigentes que lhe confiram lhe capacidade ou poder de regulação mundial. Está mesmo em risco de desaparecer enquanto tal, ausente nomeadamente nessa parte do mundo em que inúmeros seres humanos pensam ‘muçulmano’ e que é a base da nossa alimentação em petróleo». (Mas em breve veremos Trump, com a Arábia Saudita e Israel, acabarem com a praga do regime do Irão, de nada valerá o tratado de defesa mútua que assinou com a Rússia.
    E disse mais, respondendo à questão Vivemos um período de ruptura inédita. Que projecto político pode permitir adaptar a nossa sociedade a estas convulsões? «Esperámos muito deste modelo europeu, mas ele enfraqueceu, corroído pelas soberanias. Quanto a mim, mantenho a confiança no povo. Tanto quanto os movimentos sociais, a pressão dos povos européus possa levar a Europa a reconstituir-se e a construir, finalmente, uma relação com a China mutuamente enriquecedora». Para ambos e para o Mundo. E o levantamento dos povos da Europa não é o que está já a verificar-se em muitos países europeus?
  2. De facto, onde estava a Europa quando agora Trump conseguiu o cessar fogo no MO? E onde estará quando Trump e Putin se entenderem para fazerem cessar a guerra na Ucrânia, É o próprio Zelensky a vir dizer que a Europa (coitada) tem de estar presente! E saberá aproveitar a oportunidade que a América de Trump lhe vai oferecer para avançar com a China, no que poderia ser um novo renascimento europeu no mundo?