O Salvador Liberal?

Quem é movido pelas ideologias e religiões agressivas sabe bem que estas só passam quando os filhos são tirados às mães e são educados, ou melhor, doutrinados, em separado.

Durante os últimos anos foram ultrapassados todos os limites da racionalidade. Foi enorme a predominância da ideologia sobre a ciência e sobre o simples bom senso. Os exageros de uns aliaram-se à “tolerância” de outros até chegarmos à quase demolição do próprio tecido social. Tudo está em crise, mas especialmente os alicerces, tais como o papel da mulher como mãe, do homem como provedor e protector. Mas, sobretudo, a família e a sua coesão.

Quem é movido pelas ideologias e religiões agressivas sabe bem que estas só passam quando os filhos são tirados às mães e são educados, ou melhor, doutrinados, em separado.

No dito “Ocidente”, estiveram sob ataque todos os paradigmas que tornaram possíveis séculos de progresso económico e social. Num processo de decomposição, colocaram em crise os valores, os processos e os métodos que foram instrumentais à liderança que, na sua maior parte, foi benigna para o mundo.

Tudo para fazer passar ideologias baseadas na inveja que nos fazem obreiros numa social-qqcoisa. Consumidores perfeitos, capazes mas encarneirados e dispostos a entregar aos políticos e seus clientes todo o nosso poder de decisão, ou seja, toda a nossa liberdade.

O mundo vai demorar décadas para se recuperar destes desmandos.

E o salvador poderá ser um tipo que julga estar a ser explorado por todos os “outros”, os estrangeiros?

Os canadianos estão a explorar os americanos. Os mexicanos também. Os chineses idem aspas aspas. Pelos vistos, só se safam os argentinos e os habitantes da velha Albion (não os designo por britânicos porque já lá não deve haver nenhum). E os “europeus” são os seguintes. Que ninguém disso duvide.

Dum mundo governado por um decrépito migrámos para um dominado por um “Bully”.

O anterior achava normal violar a mais importante norma do tal “Direito Internacional”, consignada na Carta das Nações Unidas: o princípio da não-ingerência em Estados soberanos.

Mas o actual não diverge muito. Está a basear a sua política externa num flectir do músculo económico e num protecionismo que visam separar a indústria e o comércio dos EUA, dos do resto do planeta. Evita assim o confronto com as outras economias, opondo-se à livre-concorrência. Tudo para disfarçar a falta de eficiência e o abismo de incompetência funcional da sua economia. As últimas décadas levaram as suas Universidades ao mínimo dos mínimos, com a ciência a ser substituída pela doutrina. A Agricultura acabou. A Indústria foi exportada. A ciência, a tecnologia e a técnica passaram a ser a principal importação. Até os motores das propaladas naves espaciais do Musk são tecnologia soviética mal copiada. De facto, já se pousavam foguetões no último quarto do século passado.

E eles, as elites americanas, bem o sabem…

A crise internacional que isso vai provocar, especialmente nos países mais vulneráveis, continua a não preocupar os americanos. Qual é a diferença entre este e o outro? O anterior fez o preço dos hidrocarbonetos passar por um pico nunca visto, prejudicando quase todo o mundo. O actual vai fazer baixar o preço de todos os recursos mas os países mais vulneráveis serão os principais prejudicados. Nem todos, claro…

Mas, as perguntas mais importantes são:

Será esta pessoa de direita? Tendo sido eleito porque supostamente é um bom negociante, não sabe que um bom negócio é quando ambas as partes ganham? Porque usa o conceito contrário, dizendo que num negócio ambas as partes têm de estar preparadas para abdicar de alguns dos seus objectivos?