O problema da UE não é Trump

A crise europeia tem vários fatores, mas resulta principalmente de um modelo ideológico com implicações económicas assustadoras.

Esta União Europeia entrou em colapso, o seu sucesso é fictício e o fracasso irreversível. Mas a sua máquina de propaganda encontrou um responsável para a nossa destruição, Donald Trump, que é também o culpado por todos os problemas sociais, políticos, económicos e culturais do Ocidente. Diz-nos o sistema e os seus média que vivíamos no paraíso e uma figura grotesca coloca em causa a nossa felicidade inédita. Mas os graves problemas europeus são muito anteriores a Trump e devem-se a políticas erradas e a políticos medíocres e servis e a uma agenda inimiga das nações e das pessoas. O americano e as ficções do populismo, do extremismo e do fascismo são bodes expiatórios.

O agora famoso relatório de Mario Draghi é apenas mais uma peça de uma evidência consensual que finalmente o sistema percebe, esta Europa está em ruínas e é apenas uma fachada de sucesso. Até esquerda subscreve o diagnóstico desse relatório de 2023: «Traça um quadro miserável, mas exato do declínio relativo das economias da E.U.».

A crise europeia tem vários fatores, mas resulta principalmente de um modelo ideológico com implicações económicas assustadoras. Em 2020, os países da UE representavam quase 20% da economia mundial e a China menos de 4%. Em 2023, a China tem 17%, e a UE desceu para 17%, em acelerada tendência decrescente. No século XXI a economia da zona euro cresce ao ritmo de 1.27% e do resto do planeta tem um crescimento de 2.97%, principalmente EUA e China.

Esta UE está sequestrada por elites deliquescentes que têm afundado o continente nas suas distopias progressistas e tecnocráticas completamente desligadas a realidade e da vida concreta dos europeus. Os responsáveis por esta crise são os políticos que destruíram a democracia e criaram as condições para o surgir dos Trumps e de legítimos movimentos antissistema. Pensemos na mediocridade dos líderes europeus, e nos seus burocratas e Apparatchik, agora desorientados e que reputam a pluralidade democrática como ataques à democracia, à liberdade e à civilização.

Se o projeto e os donos desta UE não forem destituídos, a Europa afundará como nunca, pois já está apenas reduzida a um conjunto de taras maníacas sobre leis e progressismo, que vão desde o que podemos dizer e pensar, ao tamanho da maçã e dos preservativos e até ao que é o novo homem e mulher. A China dedica-se à produção de tecnologia de ponta em todos os setores, dos ‘drones’ ao 5G, os EUA ocupam-se da Física avançada, da Big Tech, e da Biotec-Pharma e disputam o desenvolvimento da inteligência artificial, dos Chips e manufatura, a Europa regulamenta, taxa e proíbe.

Esta UE perdeu toda a importância, está minada por crises económicas e problemas sociais e culturais gravíssimos, desperdiçou também a sua capacidade tecnológica, industrial e militar e principalmente a sua superioridade democrática e axiológica.

Os principais inimigos das nações europeias e das pessoas estão identificados, a classe política medíocre do sistema, a elite económica e financeira globalista que destruiu as economias nacionais e o seu programa de devastação progressista, assim como a tralha excedentária dos burocratas, comissões, especialistas, comissários, serviços de monitorização, organismos, normas e diretrizes que vão do género ao clima.