Carismático, destemido e com uma autoestima à prova de bala, Zahi Hawass parece uma personagem saída de um filme de Indiana Jones ou de um romance de Agatha Christie. Mesmo quando era ministro das Antiguidades do Egipto recusava-se a usar fato e gravata, e nunca dispensava o seu icónico chapéu de aventureiro, porque antes de ir para o gabinete no ministério tinha de passar pelas escavações.
Hawass mostra o mesmo à vontade num túmulo com quatro mil anos, coberto de poeira, num requintado jantar de angariação de fundos com diplomatas e empresários, ou numa moderna sala de conferências, fazendo uso de todo o seu charme para cativar as plateias.
Orador entusiástico e cativante, o seu amigo Omar Shariff considerava-o o maior ator que já tinha visto. Em Gizé, mostrou as pirâmides a Bill Clinton e a Barack Obama, mas também a uma mão cheia de celebridades, entre as quais Will Smith, Hugh Jackman e Beyoncé, a quem virou as costas numa zanga que fez correr tinta nos tabloides. O seu temperamento pode ser explosivo.
Nascido em 1947, numa aldeia do delta do Nilo, em pequeno queria ser advogado, mas acabou por formar-se em Egiptologia. Andou pelos Estados Unidos da América e regressou ao seu país para se tornar diretor dos sítios arqueológicos de Gizé e Saqqara. Atingiu o zénite da sua carreira durante o consulado de Hosni Mubarak, de quem era amigo.
A queda do ‘faraó’, na revolução de 2011, arrastou-o consigo: os manifestantes chamavam-lhe ‘o Mubarak das antiguidades’ e cercaram-lhe o gabinete para exigir a sua demissão do cargo de ministro. Depois disso chegou a ser condenado a um ano de prisão, mas a sentença acabou por ser anulada. Conseguiu reerguer-se e recuperar o estatuto de estrela, reforçado por documentários para a Amazon e a Netflix. No passado dia 8 esteve em Lisboa para dar uma palestra sobre as suas descobertas na Universidade Nova, onde mostrou por que é o mais famoso egiptólogo do mundo.
Há quanto tempo estuda e investiga o Egipto Antigo?
Oh! Há mais de 50 anos. A egiptologia é a minha vida.
Quando começou a trabalhar, quais as tarefas que lhe foram atribuídas? O que faz um inspetor de antiguidades?
A missão de um inspetor de antiguidades é supervisionar todos os monumentos, conservar os túmulos, proteger os locais, escrever sobre as escavações, acompanhar os VIP… É muita coisa!
Presumo que isso lhe desse a oportunidade de viajar por todo o Egipto.
Sou o único arqueólogo egípcio que passou por todos os patamares, desde o mais baixo. Assistente, inspetor, inspetor-chefe, diretor, diretor-geral, subsecretário de Estado, secretário de Estado, vice-ministro e ministro. Sim, e viajei muito. Não trabalhava só num sítio. Trabalhei em Abu Simbel, Kom Ombo, Edfu, Luxor, Mynia, Alexandria, em todo o lado. No Alto, no Baixo e no Médio Egipto. Por isso adquiri um vasto conhecimento. Quando eu era jovem, costumava dizer que a voz da egiptologia eram estrangeiros. Se ligasse a televisão, só ouvia estrangeiros a falar sobre nós. Se fosse a uma livraria, não encontrava um único livro escrito por um egípcio. Eu mudei isso, tornei-me a voz do Egipto. E muitos estrangeiros ficaram chateados. Outros ficaram felizes. Na verdade, não quero saber. A única coisa que me interessa é que sou o guardião dos monumentos egípcios. É assim que as pessoas me vêem e isso faz-me muito feliz.
De todos esses cargos que ocupou, desde a base até ao topo, qual lhe deu mais prazer?
Deram-me todos o mesmo prazer, por causa da minha paixão pela arqueologia. Nunca deixei de escavar, nunca deixei de dar palestras, nunca parei de falar em público e de escrever. Fosse qual fosse o cargo, nunca usei fato e gravata, mantive sempre o meu estilo de Indiana Jones. Mesmo quando era ministro, costumava ir para o gabinete assim!
E as pessoas não estranhavam?
Estranhavam. Diziam: ‘Como pode fazer isso?’. Mas é a minha paixão. De manhã, antes de ir para o trabalho, tinha de passar nas escavações. Nunca me tornei uma pessoa burocrática. Ainda hoje, com a minha idade, continuo a ir às minhas escavações em Saqqara e em Luxor, supervisionar, tenho lá muitas equipas a trabalhar, continuo a dar palestras em todo o mundo, a escrever livros. Estou agora a preparar uma enciclopédia das pirâmides, e em maio, junho e julho vou para a América para dar 33 palestras em 33 cidades do Canadá e dos Estados Unidos. Por aí pode ver como estou ativo.
Pode descrever-me como é hoje um local de escavações? As pessoas trabalham com pás ou com máquinas?
Não, não há máquinas. Não se pode trabalhar com máquinas em arqueologia. Se trabalhares com máquinas vais fazer estragos. A arqueologia hoje é uma ciência. Temos de ter cuidado, temos de desenhar tudo, temos de tirar fotografias a tudo. E temos de usar tecnologia, como modelos 3D, testes de ADN, ultrassons, infravermelhos, radar, tudo isto nos ajuda. E o ano de 2025 é um ano muito importante para mim na arqueologia.
Porquê? Espera fazer grandes descobertas?
Encontrámos um grande vazio, do tamanho de dois camiões, por cima da grande galeria no interior da Grande Pirâmide [de Khufu, ou Quéops]. E outro – um corredor – atrás da entrada principal.
Pensava que, tirando as passagens e as câmaras funerárias que conhecemos, a pirâmide fosse maciça.
Exato. As pessoas criticam-me porque acham que escondo informação, por isso decidi fazer um programa em direto para mostrar estes vazios. Também estou a usar testes de ADN para descobrir como morreu Tutankhamon. Detetámos uma fratura na perna esquerda, provocada por um acidente que sofreu dois dias antes de morrer. Estamos agora a ver se teve ou não uma infeção. Se teve uma infeção, vou anunciar que morreu desse acidente. Também graças ao ADN, ando à procura da múmia da rainha Nefertiti. Também em Saqqara andei à procura de uma pirâmide – viu o documentário da Netflix? Encontrámos essa pirâmide e agora estamos a escavar a toda a volta. Em Luxor, anunciei no mês passado uma descoberta relacionada com a rainha Hatshepsut: o túmulo do chefe do palácio da rainha Tetisheri, a avó de Amhose, e ando a trabalhar na Cidade Dourada, que se revelou a maior cidade alguma vez descoberta no Egipto. E ando à procura do túmulo da Rainha Nefertiti no Vale dos Reis. Andamos a fazer escavações. É um trabalho espantoso.
Como é que consegue gerir tudo isso?
Sou muito bom a supervisionar. Nomeio assistentes e vou seguindo o que fazem. Vou todas as semanas às escavações, ver o que se passa e dar instruções.
Ao longo destes anos tem testemunhado daquelas descobertas estonteantes? Estátuas a surgirem da areia?
Ohhhh! Tantas! Em Saqqara encontrei 21 estátuas lindíssimas do Império Antigo, com 4300 anos. E sarcófagos. E múmias dentro de sarcófagos. Encontrei mais de 100 urnas com múmias lá dentro, em Saqqara. E a Cidade Dourada de Aton, que prova a todos que Aton não era Akhenaton, mas o seu pai, Amenofis III. A descoberta do templo da rainha Hatshepsut. Toda a gente dizia que Thutmose III a tinha assassinado. Descobri neste templo que Thutmosis III manteve o culto dela. As minhas escavações revelam os segredos da areia que ajudam a escrever a história.
E o que resta dessa Cidade Dourada?
Todas as casas, as oficinas, nove oficinas reais que faziam estátuas, joalharia, panos, roupas, brinquedos para as crianças. É uma descoberta espantosa, considerada a mais importante no Egipto depois da descoberta do túmulo de Tutankhamon [por Howard Carter em 1922]. E descobrimos que foi construída por Amenhotep III [avô de Tutankhamon], que chamou ao seu palácio ‘O Aton Deslumbrante’. Estou convencido de que a descoberta desta cidade vai mudar as nossas ideias sobre o Aton.
Essa descoberta permite tirar lições sobre a vida quotidiana?
Sim. Pela primeira vez podemos saber as coisas através não dos túmulos e das múmias, mas das próprias pessoas.
Ao vermos algumas fotografias suas pendurado por cordas, em túneis escuros ou a examinar múmias, é inevitável pensarmos num filme de aventuras. A arqueologia é sempre assim tão emocionante ou também tem momentos mais aborrecidos?
Podemos fazer da arqueologia uma coisa emocionante ou uma coisa aborrecida. Eu prefiro que seja emocionante. Desde que desenterrei a primeira estátua que sou apaixonado pela arqueologia. Essa paixão permite-nos desfrutar de cada minuto da nossa vida. E por isso sempre quis que as pessoas vissem a arqueologia como algo divertido, como um prazer.
Há cerca de um ano, quando visitei as pirâmides, o nosso guia, um tipo simpático chamado Mahmoud, reuniu o grupo à saída do autocarro e perguntou-nos: ‘Algum de vocês sabe como foram construídas as pirâmides?’. Como ficou toda a gente calada, eu disse: ‘Julgo que foi com rampas. E com trenós para puxarem as pedras’. E ele: ‘Com rampas… Mais alguma ideia?’. Acho que não ficou convencido. E por fim declarou: ‘As pirâmides foram construídas com leite de vaca!’. E explicou que deitavam litros e litros de leite no solo: se o leite escoasse, o sítio era bom para construir; se formasse poças, tinha de se procurar outro local. Eu achei piada à história, mas não acreditei numa palavra.
Alguns dos nossos guias não têm formação suficiente. Eu publiquei um livro importante chamado Gizé e as Pirâmides. Se esse guia o tivesse lido saberia, mas pelo que me diz era um idiota, uma pessoa muito ignorante. Não devia ser guia. Nunca ouvi falar disso. É estúpido. A questão da construção das pirâmides, hoje, já não é uma teoria. Sabemos tudo. Descobrimos que todas as pedras das pirâmides de Khufu, Khefren e Menkaure foram tiradas do planalto de Gizé.
Encontraram provas?
Encontrámos a pedreira de Khufu a 300 metros da pirâmide. E a rampa que instalaram para levar as pedras da pedreira para o vértice sudoeste da Grande Pirâmide. Por aí podemos perceber o trajeto que faziam. E descobri os túmulos dos construtores das pirâmides em Gizé. Os trabalhadores iam todas as manhãs cortar as pedras, divididos em equipas, com ferramentas. Havia outro grupo para talhar as pedras e outro para transportar as pedras em etapas. Temos de ver isto como um projeto nacional. Viviam três milhões de pessoas no Egipto e todas participaram na construção das pirâmides, enviando mão-de-obra e comida. A recompensa era não pagarem impostos. Hoje, se quiséssemos construir estas pirâmides não conseguiríamos. Íamos usar 10 mil trabalhadores por dia, durante 28 anos, para construir uma coisa em que não acreditamos? Mas se todos os egípcios o vissem como um desígnio nacional já seria possível. É por isso que costumo dizer que a construção das pirâmides construiu o Egipto.
Eu estive no coração da pirâmide, dentro na câmara funerária de Khufu, e estava muito quente e o ar rarefeito. Todas as pessoas saíam de lá sem fôlego e a escorrer suor. Se é assim só para visitar, imagino como terá sido construí-las. Devia ser duríssimo para os trabalhadores.
Como disse, era um projeto nacional para os egípcios. Estes três milhões de pessoas queriam fazer do seu rei um deus. E foi por isso que todos participaram, tanto os do Norte como os do Sul. Hoje existem provas escritas. Já não é uma teoria, temos os papiros de Wadi al-Jarf [descobertos em grutas, em 2013, perto do Mar Vermelho], que nos conta, pela primeira vez, como foi construída a pirâmide de Khufu. Já não existem espaços em branco, sabemos tudo. Os idiotas que dizem que as pirâmides foram construídas por extraterrestres podem-se calar de uma vez por todas.
Existem muitos indícios de trabalhadores feridos ou mortos durante a construção?
Claro. Número um: os esqueletos encontrados nos túmulos dos construtores das pirâmides, tanto de homens como de mulheres, exibem as marcas de excesso de esforço nas costas.
Por causa do peso que carregavam.
Número dois: descobri que muitos tinham as mãos partidas. E punham duas talas de madeira, uma de cada lado, e atavam-nas com cordas. Muitas pernas partidas, também. E uma amputada. Essa pessoa ainda viveu 14 anos depois da operação. Isso leva-nos a pensar que haveria um centro médico perto do estaleiro, no planalto de Gizé, para dar apoio aos trabalhadores. Encontrámos tanto o cemitério baixo, onde eram sepultados os trabalhadores que carregavam as pedras, como o cemitério alto, para os administradores da obra. Encontrei a zona da administração, uma área para salgar o peixe, os fornos para cozer o pão, as aldeias onde viviam. Encontrei milhares de fragmentos de ossos de animais, espalhados por todo o lado. As pessoas dizem que os egípcios só comiam alho, cebola e pão – e bebiam cerveja. Ora, isso não chegava, podia quando muito ser o pequeno-almoço. Descobrimos que abatiam todos os dias 11 vacas e treze cabras, o que daria para alimentar 10 mil trabalhadores por dia.
Heródoto, o historiador grego, disse que as pessoas tinham um tal ódio a Khufu que passados dois mil anos ainda recusavam pronunciar o seu nome.
Quando Heródoto foi ao Egipto, encontrou-se com guias que viviam numa aldeia chamada Busiris, perto da Grande Pirâmide. E esses guias diziam-lhe tudo o que fosse preciso para ele ficar satisfeito. Mas essa história tem um fundo de verdade. Cada rei [faraó] é Horus na Terra. E quando morre, torna-se o deus-sol. Mas Khufu, no ano 5, proclamou-se a si próprio como o deus-sol. Todos os reis estão sepultados debaixo da pirâmide, excepto Khufu, que está dentro da pirâmide. Ele chamou à Grande Pirâmide Akhet-Khufu, que quer dizer ‘o horizonte de Khufu’. O único no horizonte é o deus-sol. Ora, os egípcios, quando alguém mudava o culto, odiavam-no. Como Akhenaton: destruíram os seus monumentos. Ou a rainha Hatshepsut, porque um faraó devia ser um homem, não uma mulher. E foi também por isso que os monumentos de Khufu foram completamente destruídos. Havia 23 estátuas no templo do vale, que foram encontradas esmagadas. Partir estátuas é um sinal de vingança. Esta é a razão por que as pessoas falavam mal de Khufu. Isso manteve-se até à época em que Heródoto visitou o Egipto.
Já há data marcada para a inauguração do Grand Museum de Gizé. Acha que vai estar à altura das expectativas?
Claro. Quando tomei a decisão de fazer este museu, sabia que ia ser o museu mais importante do mundo. Vai fazer com que qualquer pessoa que se interesse pelo Antigo Egipto fique pelo menos uma semana. Só para ver uma parte, não estou a dizer todo! É um museu espantoso, um espaço cultural e educativo. Tem barcos – a barca [funerária] de Khufu foi transferida para lá -, tem duas galerias de grandes dimensões para o rei [Tutankhamon], a grande escadaria, com estátuas dos faraós a dar as boas-vindas…
E o museu da Praça Tahrir? Ficou despido?
Depois de os objetos do rei Tut terem saído para o Grand Museum, as pessoas podem realmente desfrutar do Museu do Cairo muito melhor do que antes. Todos os objetos dos túmulos de Yuya e Thuya serão expostos, o ouro de Tanis vai ser mostrado de uma belíssima forma pela primeira vez, os artefactos do Império Antigo são extraordinários. O Museu do Cairo, na minha opinião, ainda apaixona todos os que o visitam. Quando o novo Museu da Civilização Egípcia foi inaugurado, pensei que devia ter um herói. Sem um herói ninguém iria. São as múmias. No Grand Museum, o herói é Tutankhamon. Mas o herói do museu do Cairo é a melhor coleção de arte. E é por isso que qualquer turista que visite o Egipto tem de ver os três museus.
Eu sei que é um pouco antiquado, mas adoro aquele ambiente.
Tem razão. Ao entrarmos naquele museu conseguimos cheirar o passado.
Tem trabalhado muito com múmias. Qual é a sensação de tocar num ser humano com três ou quatro mil anos?
É óptima. Quando fui pela primeira vez fazer um exame à múmia de Tutankhamon, estar frente-a-frente com o rapazinho de ouro foi o melhor momento da minha vida.
Tem advogado a devolução de obras de arte ao Egipto, como a pedra da Roseta ou o busto de Nefertiti. Não acha que estas peças que estão em museus estrangeiros podem ser uma espécie de embaixadores que convidam a conhecer melhor a civilização do Antigo Egipto?
Tudo bem, mas parem de comprar artefactos roubados. Há museus na Europa e nos Estados Unidos que continuam a comprar artefactos roubados do Egipto e isso é mau. E também continuam a praticar o imperialismo. Esses objetos de que falou foram levados do Egipto na era do imperialismo. Quando eu pedi estas três peças – a Pedra da Roseta, do Museu Britânico, o Zodíaco de Dendera, do Louvre, e o busto de Nefertiti, do Museu de Berlim – para um empréstimo de três meses para a abertura do Grand Museum, eles recusaram. E foi por isso que decidi transformar a vida deles num inferno. E criei duas petições: uma para a Pedra da Roseta e o Zodíaco, e outra para a Nefertiti. Neste preciso momento, nas ruas do Cairo, há jovens em frente aos museus a pedir às pessoas para assinarem essas petições. Quando tivermos um milhão de assinaturas vamos fazer o pedido oficial. E o Governo egípcio apoia estas petições.
Mas ainda há pouco me dizia que só para ver o Grand Museum é preciso uma semana inteira. O Egipto tem milhões e milhões de peças. Não é o suficiente?
Há coisas que representam o nosso orgulho. Essas três peças foram levadas ilegalmente do Egipto e têm de regressar. Repare: não estou a pedir que nos devolvam cada um dos artefactos que estão nos museus. Têm milhares, fazem imenso dinheiro com eles. A entrada para o Metropolitan custa 22 dólares e há pelo menos 10 mil visitantes por dia. Por aí pode ver quanto estes museus lucram com os monumentos egípcios. Pelo menos deviam ser justos e devolver essas peças para serem expostas no Grand Museum.
Vi há pouco tempo nas notícias que no Afeganistão proibiram os meios de comunicação de publicarem imagens de seres vivos. Até tiraram os desenhos de peixe ou de carne dos menus dos restaurantes. Enquanto muçulmano, como olha para estas manifestações de fundamentalismo?
Considero-me um bom muçulmano mas devo dizer que não sou uma pessoa assim tão religiosa. Quanto à pergunta, acho isso muito mau. Quando os talibãs destruíram as estátuas do Buda, ataquei-os com força. Porque a religião muçulmana não é assim. Essas pessoas não percebem o que é o Islão. O Islão é uma religião pacífica. Esses monumentos dão-nos uma ideia do que foi o nosso passado e se destruirmos o nosso passado nunca vamos ter um futuro. Essas pessoas são idiotas que não percebem que o que estão a fazer é errado e mostra que não têm cultura nem educação. E é por isso que nós – todos nós – temos de lhes fazer frente.